Gênero: Estratégia
Fabricante: Hal Laboratory
Lançamento: 1999
Jogadores: 1-4 players versus
No mundo dos negócios, quando algo está dando certo existe uma máxima: explore esse produto ao máximo, absorva tudo que ele tem pra oferecer antes que ele se esgote. No mundo do entretenimento, e neste caso, mais precisamente no mundo dos games, isso é ainda mais utilizado. Quando algum jogo atinge patamares elevados, as empresas tendem a explorar tudo que puderam do jogo em questão, contando com a colaboração dos fãs mais assíduos para consumir tal produto, mesmo que ele comece a dar sinais de desgaste ou não seja tão bom quanto os primeiros... Afinal, que tipo de fã é você que não vai comprar o novo jogo da sua franquia favorita?
A Nintendo deve ser a empresa que mais leva a risca tal prática, visto que ela sobrevive até hoje com franquias lançadas desde o Nintendinho. E Pokémon é a galinha dos ovos de ouro dos portáteis da empresa... Mas em 1999 a Nintendo decidiu levar as batalhas de monstrinhos para o seu recém lançado console de mesa de 64 btis!
Pokémon Stadium se passa no universo dos clássicos jogos do Game Boy: Red, Blue e Yellow. Diferente dos RPGs do portátil, aqui não temos história e nem controlamos um personagem que tem que sair por aí capturando e treinando pokémons. O jogo é focado unicamente nas batalhas e você pode escolher os pokémons que quiser para usar... Bom pra quem tem vontade de usar alguns pokémons raros e que não conseguiu capturar nos portáteis.
Porém na prática essa é a única vantagem, pois usar os pokémons disponibilizados pelo próprio jogo não é muito vantajoso. Cada pokémon tem quatro golpes, igualmente como no portátil, porém são golpes aleatórios e na maioria dos casos, golpes ruins. Apesar de poder ver quais são os golpes durante a tela de seleção de pokémons, é frustrante escolher um pokémon que você gosta e sabe que é muito forte e notar que ele só tem golpes horríveis.
Para contrabalancear esse ponto, o jogo vinha com o Transfer Pack incluso. Um acessório que permitia ao jogadores importar os pokémons dos seus jogos do Game Boy. Inclusive, foi o primeiro jogo do console a utilizar tal acessório.
Com isso, você teria a disposição um pokémon que você treinou/evoluiu e ensinou os golpes que mais lhe agradavam durante sua jornada no portátil... Porém se você não tinha um Game Boy, só lhe restava escolher os pokémons que o próprio jogo disponibilizava. Era um faca de dois legumes, como diriam os Mamonas Assassinas!
Existem diversos modos de jogos. Torneios para pokémons de level 50 e 100, torneios para pokémons de baixo nível e não evoluídos e até o Gym Leader Castle, que reúne todos os líderes de ginásio e a Elite 4, igualmente como nos jogos originais. Ainda temos a opção de lutas livres contra amigos ou contra o PC.
O Kids Club também chama a atenção, pois oferece diversos mini-games para variar o cardápio da jogatina, com alguns mini-games divertidos e outros pra lá de bizarros, mas que servem para passar o tempo e se divertir em disputas, principalmente com amigos.
São 9 mini-games diferentes no Kids Club! |
Graficamente o jogo tem seus pontos altos e baixos. Todos os pokémons são muito bem feitos e possuem ótimas animações desde quando estão parados esperando você escolher uma ação até quando estão lançando seus ataques... Pra quem estava acostumado com as lutas no Game Boy na época, ver seus pokémons favoritos se digladiando em 3D foi uma experiência incrível!
Apesar das boas animações dos pokémons, na hora de usar os golpes a imagem sempre mostra o ataque dividido em duas etapas: primeiro a câmera foca no pokémon que está atacando e na sequência foca no outro que está parado e recebe um golpe vindo da direção oposta. Nunca é mostrado uma imagem aberta da luta toda... Talvez o N64 não tivesse poder suficiente para isso e os produtores tiveram que ser criativos!
Os cenários dos estádios/arenas das batalhas são mais simplistas, mas não comprometem.
A trilha sonora do jogo nada mais é que as clássicas músicas dos jogos do Game Boy repaginadas. Deram um upgrade nas músicas e ligaram o replay em looping infinito...
O jogo acrescenta um narrador nas batalhas que pode ser desligado caso queira... Mas apesar do narrador se tornar chato depois de algum tempo, não dá pra negar que ele dá muita vida aos embates com seus comentários, tendo uma fala pra praticamente todas as situações do combate. Apesar de inúmeras falas, você vai acabar enjoando delas rapidamente. O cara é tipo o Galvão Bueno, você sabe que é chato pra caralho, mas deixar mudo também faz perder um pouco a graça.
Nada mais frustrante do que errar um ataque... |
Apesar de ser um jogo de "luta" entre pokémons, Stadium mantém o fator RPG assim como no Game Boy e você tem que escolher os golpes pelos menus do jogo. Você escolhe os golpes com os C-Buttons do controle e não aparece na tela qual você escolheu, muito útil em batalhas contra amigos para que um não veja o golpe que o outro escolheu.
No fim das contas, Pokémon Stadium vai acabar enjoando rapidamente. É nítido que o jogo funciona melhor pra quem tem algum jogo do portátil e pode com isso, transferir seus pokémons treinados e com os golpes que você quer, tornando a experiência muito mais agradável do que os jogadores que terão que pegar os pokémons disponibilizados pelo próprio game.
NOTA FINAL: 7,0
O SUCESSO DA FRANQUIA NOS PORTÁTEIS SE DEVE AO FATO DE EXPLORAR O MUNDO PARA CAPTURAR E TREINAR/EVOLUIR SEUS POKÉMONS... STADIUM NÃO TEM NADA DISSO, O QUE O TORNA UM POUCO SEM SENTIDO. NO FIM, PARECE MAIS UM COMPLEMENTO DE LUXO DOS CLÁSSICOS DO GAME BOY DO QUE UM JOGO PRÓPRIO!