terça-feira, 18 de junho de 2019

Teenage Mutant Ninja Turtles (NES)


Gênero: Ação / Plataforma


Fabricante: Konami


Lançamento: 1989


Jogadores: 1 player






O mundo dos jogos está intrinsecamente ligado à outras mídias e vice-versa; e quando alguma coisa vira um sucesso, prontamente ele é transformado em jogo. A febre das tartarugas mutantes ninjas não seria exceção à esta regra. Gibis, desenhos animados, bonecos e obviamente jogos foram lançados aos montes para aproveitar a popularidade das tartarugas. Em 1989 a Konami lançou o primeiro jogo inspirado na série das HQs de 1987.

O jogo não tem uma história pré-determinada. A história vai se desenrolando e sendo mostrada em forma de cut-scenes conforme você vai passando pelas fases... No primeiro ato você tem que salvar April O'neil que foi raptada por Beboop e Rocksteady, no segundo ato você tem que impedir que a represa seja explodida, no terceiro ato foi a vez do mestre Splinter ser raptado e precisar de resgate; e por fim ir até o Technodrome e derrotar o Destruidor. 

Logo ao iniciar a gente já percebe que o jogo não é de plataforma o tempo todo. Inicialmente estamos numa espécie de "mundo aberto" - se assim podemos dizer - onde a visão é de cima e devemos andar pelo mapa entrando em portas ou bueiros procurando chegar ao nosso objetivo. Ao entrar nesses lugares a perspectiva muda para o padrão de jogos de plataforma em 2D como estamos acostumados.

O problema aqui é que o jogo não indica o lugar exato onde você tem que ir e muitas vezes você entra em lugares que são becos sem saída, te fazendo perder tempo e vida com os inúmeros inimigos que surgem infinitamente!
O mapa no canto superior na tela de pause é um pouco confuso e pouco ajuda na sua jornada, assim como as dicas do mestre Splinter ou da April que também não servem pra nada.

"You have my support..." Então pelo menos indica no mapa onde eu tenho que ir sua vagabunda!

Falando na tela de pause, é nela que podemos alternar entre as quatro tartarugas à qualquer momento. Isso é bem legal e acrescenta bastante ao gameplay do jogo. É muito útil pra quando uma das tartarugas estiver morrendo e você quiser poupá-la até achar um pedaço de pizza para poder recuperar sua energia.
Porém na maior parte do tempo você estará jogando com Donatello ou Leonardo. O alcance das armas deles são muito maiores (principalmente Donatello) e com isso é muito mais fácil e seguro derrotar os inimigos, principalmente alguns que estão em plataformas tanto acima como abaixo de você, já que sua arma atravessa as paredes. Raphael e Michelangelo são mais rápidos, porém o alcance das armas deles é risível e não vale a pena o sofrimento, à menos que você tenha perdido os outros dois!
Além das armas clássicas de cada um, ainda é possível pegar uma arma secundária que pode ser ativada/desativada com o botão Select podendo ser estrelas ninja, bumerangues e até um pergaminho que faz com que a tartaruga dispare um feixe de magia poderoso.

Os gráficos do jogo estão na média. Os cenários são diversificados e bem feitos, apesar de se repetirem com certa frequência durante o jogo. Os sprites dos personagens e inimigos são de um tamanho bom na tela e bem animados. As tartarugas são todas iguais, só sendo diferenciadas pelas cores da bandana e suas armas, como era de se esperar.
Porém quando há muitos inimigos na tela o jogo acaba tendo alguns slowdowns e os inimigos ficam piscando, o que acaba atrapalhando ainda mais sua árdua tarefa de controlar as tartarugas e combater os inimigos, prejudicando e muito sua experiência com o jogo.
A música é regular. Apesar de ser animada, não espere as músicas clássicas das tartarugas ninja, apenas músicas de ação que acabam se repetindo por muito tempo. Os efeitos sonoros também não são grande coisa, apenas cumprem seu papel. Destaque negativo pro bipe irritante quando sua tartaruga estiver quase morrendo!

O maior defeito desse jogo está na sua jogabilidade. Os personagens são um pouco lentos e os pulos são muito mal programados e travados. O pulo tem três níveis de altura, dependendo da força com que você pressiona o botão de pulo. Com certeza você vai perder muitas vidas, ou pelo menos tomar muitas porradas durante algum pulo. Sem falar no irritante e clássico "pulo pra trás" quando você leva um golpe; característica muito comum de jogos dessa época!
Além do mais o jogo é apelativo. Assim como na série Contra, os inimigos surgem infinitamente. Você os mata e segue pra tela seguinte, caso precise voltar pra tela anterior eles estarão lá novamente. Mas em Contra a jogabilidade era fluída e compensava essa dificuldade, coisa que não acontece em TMNT!
Isso sem contar os momentos - e são vários - onde você precisa subir/descer escadas e diversos inimigos (principalmente voadores) ficam passando e te atingem, já que é praticamente impossível passar sem levar dano, pois não tem como desviar enquanto estiver na escada!
Um modo 2 player Coop também seria muito bem-vindo aqui. Além de tornar o jogo mais divertido, também poderia tornar o jogo mais fácil.

Os inimigos são o segundo maior defeito do jogo. São inimigos completamente aleatórios e que não tem absolutamente nada ver com o universo das tartarugas ninja, com exceção para o mouser e alguns ninjas que parecem ser do Foot Clan. Os inimigos são bizarrices de todos os tipo como caras com moto-serra, água viva, besouros, balões com bombas, águias e até alienígenas!
Os chefes felizmente são personagens do universo das TMNT, sendo Beboop, Rocksteady, um mouser gigante, Destruidor e até o Technodrome é um dos chefes.

Suas definições de 'fase maldita' foram atualizadas com sucesso!

Como dito anteriormente, o jogo é apelativo e devido à seus problemas de jogabilidade acaba sendo muito frustrante na maior parte do tempo. Muitos níveis parecem terem sido feitos apenas pra te fazer perder vidas e passar nervoso. A fase da água cheia de algas que dão choque é simplesmente irritante e dificilmente você vai conseguir passar por ela sem perder ao menos uma das tartarugas.
A sensação que fica é que seria muito melhor se o jogo fosse um beat'em up ao invés de ser um jogo de plataforma. E talvez a Konami tenha percebido isso, analisando as sequências lançadas posteriormente.

No ano seguinte o jogo recebeu (con)versões - bem piores, diga-se de passagem - para diversos sistemas da época, como Commodore 64, Amiga, MSX e até Atari ST.


NOTA FINAL: 5,0
A PRIMEIRA TENTATIVA DA KONAMI EM CRIAR UM JOGO DAS ICÔNICAS TARTARUGAS NINJA NÃO FOI BEM SUCEDIDA. O ESTILO DO JOGO EQUIVOCADO COM UMA JOGABILIDADE RUIM TORNAM ESTE JOGO ESQUECÍVEL!