sexta-feira, 20 de junho de 2014

Spider-Man (PSX / N64 / PC)


Gênero: Ação


Fabricante: Activision / Neversoft


Lançamento: 2000


Jogadores: 1 player

Eu já disse várias vezes aqui no blog o quanto o Aranha é, para mim, o melhor super-herói: relativamente menos poderoso que seus colegas, ele ainda assim encara desafios incríveis com um senso de humor único, e já derrotou adversários muito mais poderosos que ele (quem além dele derrotaria o Hulk com uma piada?). Além disso, ele ainda conseguiu escapar da sina que muitos super-heróis passam, que é a de receber jogos porcos. Tá certo que alguns são bem mais-ou-menos, mas dificilmente eles rendem as bombas que Superman, Spawn e Homem de Ferro já produziram.

Na estréia do cabeça de teia no 3D, tivemos um jogo totalmente inspirado nos quadrinhos, afinal ele foi lançado 2 anos antes da trilogia do "emo-aranha" de Sam Raimi. Traduzindo: nada de teia infinita e a hilária zoação com os inimigos (duas coisas que felizmente estão de volta nos cinemas). O enredo do jogo (mostrado em quadrinhos no N64 e em CG nas demais plataformas) mostra o Dr. Otto Octavius (a.k.a. Dr. Octopus) numa feira de ciências demonstrando seu novo e revolucionário invento. Na platéia, Peter Parker e J. Jonah Jameson estão cobrindo o evento, acompanhados por Eddie Brock, que quer recuperar seu emprego no Clarim Diário. De repente, um falso Homem-Aranha aparece e rouba o invento. Brock consegue fotografá-lo, mas o falso Aranha destrói sua câmera e ele é humilhado por Jameson por sua incompetência. Com isso, ele se enfurece com o Aranha e seu simbionte aflora, fazendo-o voltar a ser Venom e jurar vingança. Enquanto a polícia lança um alerta geral, ordenando a captura do Homem-Aranha a qualquer custo, o Dr. Octopus vai aos esgotos e libera um gás verde que cobre toda a cidade, para atrapalhar o aracnídeo de escapar da polícia (bela desculpa para a limitação gráfica da época, hein dona Activision!). Agora o Aranha precisa provar sua inocência enquanto tenta descobrir e prender o impostor, tudo isso com um simbionte marombeiro querendo quebrá-lo ao meio. Ô vida dura!

Uma coisa que eu sempre achei genial é como um jogo consegue te ensinar a jogar sem usar um tutorial chato. A primeira fase desse jogo é assim: um banco está sendo assaltado, e o Aranha vai impedir o crime e salvar os reféns. No caminho, a Gata Negra aparece e te dá dicas de como prosseguir, e é nessa fase inicial que você aprende os comandos do jogo. Nada de um tutorial que termina em "agora que você aprendeu como se joga, o jogo começa". Você aprende in-game, e muitos jogos atuais poderiam aprender com ele como se ensina comandos a um jogador.

Os gráficos são o clássico "3D da virada do século", ou seja, a galera do 1080p vai chiar e muito com eles, mas os velhotes como eu saberão perdoar isso. As músicas são bacanas, mas poderiam se bem melhores, mas o que salva o quesito som são as vozes da dublagem, que combinam muito com os personagens. A jogabilidade é perfeita (inclusive com o controle do N64), é extremamente divertido se balançar por aí com a teia e no chão o sistema de luta é extremamente intuitivo, dá até pra arriscar uns combos nos inimigos. Apesar da teia não ser infinita os jogadores "lixeiros" sempre vão achar cartuchos de teia para se recarregar, e serão estimulados a fazer a rapa no cenário graças aos power-ups escondidos (destaque para o que dobra sua energia e te deixa com o uniforme monocromático que o herói usou nos quadrinhos ao ir para a Zona Negativa). Se não bastasse, o gamer cata-piolho ainda pode achar escondidas capas de edições clássicas dos quadrinhos do herói (como a histórica primeira edição e a polêmica revista da morte da Gwen Stacy), bem como uniformes alternativos que podem ser usados no game (tem até o Homem-Vergonha, que durou poucas páginas mas até hoje é lembrado).

A dificuldade do jogo eu achei bem balanceada. Algumas fases são até fáceis se você pega o jeito, enquanto outras são difíceis até demais (perseguir o Venom pela cidade com certeza vai te dar calos nos dedos!). Cada inimigo tem uma forma diferente de ser derrotado, e todas levam o inimigo em consideração, logo os fãs do Aranha não terão dificuldade nos chefes. Exemplo: na hora de enfrentar Rhino quem partir pra porrada vai ter sérios problemas, mas quem usar o cenário vai se dar bem rapidinho, pois nas HQs o teioso sempre se aproveita da burrice do Rhino para derrotá-lo e o jogo respeita isso!

Como fã do Aranha eu sou meio suspeito pra falar, mas acho que até quem não é tão fã assim vai gostar desse jogo, afinal ele é divertido, tem uma ótima jogabilidade (em parte ajudada pela engine de Tony Halk Pro Skater, que ele usa com maestria) e é recheado de vilões clássicos do Aranha. Pra completar, vários outros heróis da Marvel fazem aparições nesse jogo (sim, eles aparecem só pra dar um oi, mas mesmo assim é legal ver o Aranha interagindo com Justiceiro, Tocha Humana e Capitão América num game desses). Considero esse um game ótimo pra quem conhece o Aranha só dos cinemas e quer saber mais sobre o amigão da vizinhança, mas não pôde aproveitar a fase clássica dos quadrinhos e/ou tem problemas com a fase atual que o Aranha passa nas HQs (embora eu não tenha achado Superior Spider-Man tão tuim assim...).

NOTA FINAL: 9,8
CONSIDERADO UM DOS MELHORES JOGOS DO HOMEM-ARANHA, É UM JOGO MUITO DIVERTIDO E GOSTOSO DE SE JOGAR. MESMO SE VOCÊ NÃO É FÃ DO CABEÇA DE TEIA PRECISA JOGAR ESSE CLÁSSICO.

4 comentários:

  1. Homem-Aranha sempre foi meu super-herói favorito. Mas eu fico triste com o quanto o personagem é injustiçado nos últimos 15 anos de histórias ruins (e sim, tb detestei o recente Homem-Aranha Superior, que de superior só tem a pretensão...). Este game é talvez a melhor homenagem que já foi feita ao herói, respeita seu universo, seu humor, seus poderes e, principalmente, seu estilo. O Aranha não é um super-herói poderoso como o Super-Homem ou o Hulk, nem tão pouco apelão quanto o Batman ou o Homem de Ferro; para mim, o Homem-Aranha é o limiar perfeito entre o super-herói e o ser humano normal, quer dizer, ele tem poderes e faz coisas impossíveis, mas ele também é vulnerável, comete erros e apanha muito... enquanto tenta sempre manter seus valores, sem nunca "cruzar a linha". Ironicamente, o Aranha é o mais humano dos super-heróis (o Batman, apesar de humano, sempre parece ter uma frieza inumana, ao contrário do Aranha, que sempre foi emotivo).

    Eu acho incrível que um game tão bom pôde ser convertido para o Nintendo 64, ainda mais se considerarmos que o pior game de super-herói tb é do console. É claro, tem as limitações gráficas da época, mas raios, esse game consegue ser melhor do que muitos que foram feitos para o Playstation 2! Joguem na fase do metrô, na batalha contra os simbiontes em cima dos trens e digam se eu não tenho razão!

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  2. Esse jogo é da minha época de criança, sempre fui destrambelhado jogando ele kkkkkkkk Era (ou melhor, ainda é) um dos meus preferidos de super heróis.

    Ps.: O jogo também saiu para Dreamcast :)

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  3. Homem-Aranha é o melhor herói de todos na minha opinião, mesmo com sua reputação de jogos retros ruins (quem assiste AVGN sabe do que eu estou falando) esse jogo é incrível! Mas o jogo do Aranha que mais me traz lembranças boas é o Spider-Man 2: Enter Electro foi o que mais joguei e é meu jogo favorito do Aranha, ele traz tudo que o primeiro acertou e um pouco mais. Quanto a questão de tutoriais acho que os jogos atuais deviam ser assim, às vezes parecem que estão nos chamando de retardados ensinando até coisas como andar, fala sério!

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  4. Joguei de mais e adorava esse jogo no PSX.

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