sábado, 5 de julho de 2014

Diablo (PC)

 
Gênero: RPG


Fabricante: Blizzard


Lançamento: 1996


Jogadores: 1 player (ou 4 players online)





Eu realmente gosto da Blizzard. Acho uma das melhores empresas do mundo dos jogos, não apenas pelos ótimos títulos que lança, mas pelo respeito que a empresa mostra com os jogadores. Não é uma empresa mercenária (ouviram EA e Capcom?) e nem lança jogos à rodo sem se preocupar com a qualidade (essa foi pra você Activision); pelo contrário, a empresa é conhecida pela demora até exagerada com que lança seus jogos, vide a espera quase interminável que os fãs de Starcraft e Diablo sofreram até que suas sequências fossem lançadas.
Em 1994 a empresa já havia lançado o que seria um dos seus carros-chefe: Warcraft. Dois anos depois, tivemos o lançamento de outro jogo que viria a se tornar um clássico. Sabendo das limitações da época, a Blizzard fez o que de melhor poderia com Diablo. É um jogo simples, com interface agradável e com ação frenética e que não dá folga ao jogador, sem cut-scenes ou pausas. Você terá que detonar seu mouse durante a descida ao inferno.

Tristram e os poucos moradores que restaram!

A história de Diablo é seu ponto forte e ao mesmo tempo seu deslize.
Tudo começa muito antes do início do jogo. Desde os primórdios, sempre houve a luta entre as forças da luz contra as forças das trevas.  Os três senhores do mal mais fortes (Mephisto, Baal e Diablo) precisavam ser detidos e aprisionados. Para essa difícil tarefa foi criada uma ordem secreta de magos conhecida como Horadrins. Eles conseguiram aprisionar Mephisto e Baal dentro de artefatos mágicos poderosos conhecidos como pedras das almas, mas Diablo conseguiu fugir dos magos. Depois de muitas décadas de procura e de uma violenta batalha, os magos liderados por Jered Cain finalmente conseguiram prender Diablo na última pedra das almas e a enterraram numa caverna em Khanduras. Os magos então construíram um grande monastério e uma rede de túneis sobre as cavernas; e logo uma cidade se formou ao redor do monastério, nomeada de Tristram.
Depois de algum tempo, um poderoso senhor do norte, chamado Leoric veio até essas terras e se proclamou rei. Leoric era muito bondoso e religioso, e trouxe consigo inúmeros cavaleiros, sacerdotes e o arcebispo Lázaro. Diablo que estava adormecido, finalmente acordou e se apossou do corpo do arcebispo, do rei Leoric e de seu jovem filho Albretch.
A cidade ficou numa completa escuridão, e as poucas pessoas que restavam, fugiam para outras cidades.
Agora Tristram estava completamente destruída, e logo o domínio no corpo do jovem Albretch estaria completo e finalmente Diablo estaria livre novamente no mundo dos homens.

Como vocês podem ver, a história de Diablo é muito extensa, interessante e repleta de detalhes! Porém tudo isso que eu escrevi não é mostrado em momento algum para o jogador; a história esta apenas no manual. O vídeo de introdução é simples e não mostra absolutamente nada. O jogador escolhe seu personagem e já é jogado direto na vila de Tristram sem sequer ser informado de nada. Uma lástima!
As informações que o jogador recebe vem de conversas com os poucos moradores que restaram em Tristram (apenas 8 pessoas) e de alguns livros encontrados nos labirintos. 
E se por um lado a história é complexa e repleta de detalhes; o nosso herói vai pelo caminho contrário. Você toma o controle de um herói solitário e corajoso que apenas quer fazer o bem e resolve se aventurar pelos labirintos do monastério. O herói não mora em Tristram ou sequer tem um real motivo pra colocar sua vida em risco. Apenas acordou de bom humor e resolveu tentar arriscar sua vida pra salvar o mundo.

Antes de começar a aventura, o jogador pode escolher entre três classes: o guerreiro, a arqueira e o mago. O guerreiro é o mais forte e resistente, mas é fraco com magias. A arqueira é a personagem mais equilibrada, podendo usar boas magias e ataques normais com seu arco, apesar de não ser tão resistente a porradas como o guerreiro. Já o mago é o mais difícil de usar; apesar de muito forte com magias (óbvio!!!!) ele é um verdadeiro saco de pancadas. Existem diversos equipamentos para você equipar seu personagem - entre espadas, machados, arcos, armaduras, capacetes, anéis, cajados e muitos outros. Existem também livros que ensinam magias aos personagens. Não há uma restrição para usar os equipamentos ou magias, a não ser pela quantidade de pontos no status necessários para cada item, mas se seu personagem tiver os pontos necessários não haverá problemas. Um guerreiro poderá usar uma magia, por exemplo, caso tenha pontos suficientes; assim como o mago poderá utilizar uma espada ou um arco. Claro que nesses casos, não terão a eficácia que se espera; mas é bizarro notar que não há uma restrição para cada classe e cada equipamento ou magia.
Quando isso acontecer, esteja ciente que fudeu muito!

Graficamente Diablo não é nenhum primor, mas também não faz feio! O jogo possui uma atmosfera sombria, com cenários bem escuros. Além disso, o jogador tem uma visão de cima; no que nós conhecemos por visão isométrica. O sprite do herói é simples, mas tem alguns detalhes legais, como os equipamentos que vão aparecendo conforme você vai se equipando, mas nem todos os equipamentos aparecem no nosso herói. Os inimigos também são simples mas bem diversificados e muito bem animados.
As músicas acompanham o clima sombrio do jogo, e se não chegam a ser um destaque também não comprometem. A dublagem é muito boa e os efeitos sonoros também cumprem bem seu papel. Único ponto negativo é o barulho dos passos do nosso personagem, que acaba irritando depois de um tempo.

Diablo é um jogo muito fácil de ser jogado. O jogador só precisa usar o mouse para dar os comandos pro personagem. Com o clique do mouse você ordena que o personagem se mova até o lugar desejado, converse com pessoas, abra baús e ataque os inimigos. Apertando o TAB você abre um mapa do cenário que vai sendo descoberto conforme você explora o local. O mapa é muito útil e ele fica sobreposto ao jogo; apesar de achar estranho no começo, você logo vai preferir deixar o mapa aberto ao mesmo tempo que avança para saber pra onde ir. Essa foi uma sacada interessante da Blizzard pra driblar as limitações da época e colocar o mapa pra auxiliar o progresso do jogador.

Um bom aventureiro sempre anda com seu mapa!

O personagem tem um cinto com 8 espaços pra que você equipe itens - poções e pergaminhos de magia - e possa usá-los rapidamente sem a necessidade de abrir seu inventário, visto que quando você abre o inventário, o jogo não para e você pode ser atacado por inimigos. Os itens são utilizados através de teclas de atalho do número 1 ao 8. Aprender a usar essas teclas de atalho é fundamental, principalmente nos momentos de sufoco quando precisa recuperar sua energia rapidamente.
O inventário é limitado e muitos itens são grandes e ocupam muito espaço, fazendo com que você deixe alguns itens pra trás. Um ponto negativo é que não dá pra girar os itens pra encaixá-los no seu inventário. Às vezes você tem o espaço necessário pro item, mas não na disposição correta.
Como seu inventário não é muito grande você logo vai sentir falta de algum lugar pra guardar seus itens. Infelizmente não existe lugar algum pra isso; então a solução é jogar tudo no chão da cidade e largar por lá, já que os itens não desaparecem. Você pode largar até seu dinheiro no chão da cidade que ninguém irá te roubar! O povo de Tristram é muito honesto!

O jogo possui 16 níveis (dividos em quatro cenários: a igreja, as catacumbas, as cavernas e o inferno) e sua missão é ir descendo até o último e enfrentar Diablo.
Os labirintos de Diablo estão repletos de inimigos de todos os tipos e o segredo pra ser bem sucedido aqui é não avançar como louco. Explorar com cautela é a solução pra não entrar em uma sala ou dar de cara com um grupo de inimigos. Se você ficar cercado por inimigos certamente irá ter problemas. A inteligência artificial não é muito alta, então um truque básico é ficar em lugares estreitos (como alguma passagem ou porta) e esperar pra ir matando um inimigo de cada vez; eles fazem fila esperando a vez deles!
E é sempre bom explorar todos os levels por completo, para encontrar itens ou equipamentos e claro, ganhar níveis de experiência. Não adianta querer descer correndo pra enfrentar Diablo...

Você vai enjoar de tantas vezes que terá que voltar pra cidade, seja para recuperar sua vida, ou para comprar poções e equipamentos, ou até mesmo reparar seus equipamentos antes que se quebrem. E é sempre bom conversar com o pessoal sempre que descer um andar do labirinto, pois algumas missões surgem conforme você conversa com a galera. Existem dois meios de voltar pra cidade rapidamente: o primeiro e mais prático é usando a magia Town of Portal (você pode aprende-la lendo um livro ou usando um pergaminho). Um portal se abre no lugar onde você usou direto pra cidade e fica aberto até você retornar ao labirinto, depois ele se fecha. O segundo jeito é utilizando alguns atalhos que existem em alguns níveis do labirinto.
E falando em missões, o jogo possui 16 missões (as ditas "Quests"). Apenas duas delas são fixas - enfrentar o arcebispo Lazarus e enfrentar Diablo. As outras 14 quests são aleatórias e podem ou não aparecer pra você e não são obrigatórias e nem influenciam no desfecho do jogo.
Assim como as missões, os mapas de Diablo também são aleatórios. Cada vez que se inicia um novo jogo, os labirintos são escolhidos randomicamente; deixando assim o jogo com uma 'cara nova' sempre que for jogar.
À esquerda seu status e à direita seu invetário!

Você pode salvar seu jogo quando quiser, mas cuidado: Diablo só possui um slot pra save, então cuidado ao salvar pra não se arrepender depois.

No ano seguinte Diablo recebeu uma expansão produzida pela Sierra, intitulada de Hellfire! Foi acrescentado uma nova classe de guerreiro, o Monge. Também foram criados dois novos cenários: a colméia e a cripta. Esses cenários fazem parte de um novo labirinto de oito niveis contendo novos inimigos e um novo vilão: Na-Krul; antigo braço direito de Diablo que se rebelou contra ele. Vale notar que a história dessa expansão foi completamente ignorada pela Blizzard na produção de Diablo II.
Em 1998 Diablo foi convertido para Playstation, numa excelente adaptação feita pela Eletronic Arts. Eu particularmente acho que esse tipo de jogo seja melhor jogado com o mouse; mas é notável que o trabalho de adaptação ficou muito bem feito e a jogabilidade muito bem adaptada para o joystick.


NOTA FINAL: 8,0
DIABLO É UM JOGO QUE SUPEROU AS LIMITAÇÕES DA ÉPOCA. COMO MARCA DOS JOGOS DA BLIZZARD, DIABLO É EXTREMAMENTE VICIANTE! PENA O JOGO NÃO DAR MAIS ENFOQUE À GRANDIOSA HISTÓRIA DO JOGO E DEIXAR ESSE TRABALHO APENAS PARA O MANUAL...

Um comentário:

  1. Sem dúvida esse é um dos melhores RPGs que existem, mesmo não sendo muito fã de RPG gostei muito desse jogo, joguei a versão do PS1 e é muito boa, uma adaptação de teclado/mouse para controle não é muito fácil fazer.

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