Consoles Cancelados (VII)

quarta-feira, 23 de julho de 2014 Postado por Azrael_I

Apple Bandai Pippin: A Maçã Podre do Cesto da Apple

E cá estou eu bancando de novo o coveiro e desenterrando uma série antiga do Museum! Caraca, a última postagem foi em 2008, há quase seis anos atrás! Seja como for, achei que seria uma boa falar sobre um dos maiores fracassos na indústria dos games: o console da Apple.
 

Em 1995, Playstation e Nintendo 64 brigavam pela primeira posição num resquício do que tinha sido a Guerra dos Consoles (mas preparando o terreno para a próxima batalha que viria), seguidos não muito de perto pelo Saturn e pelo Neo Geo CD; o Saturn amargava seus problemas no Ocidente (que eu detalhei em parte no perfil de Segata Sanshiro), enquanto o Neo Geo CD era o console que ninguém podia ter, exceto filhos de deputados, devido ao seu altíssimo custo (mas que todo mundo queria ter, devido à qualidade dos games; pra quem era gamer na época era quase o equivalente a ter uma Ferrari). A guerra fria dos consoles então era disputada com certa folga pelo Nintendo 64 e pelo Playstation, o primeiro sendo vendido pela mais tradicional empresa de games e o segundo por uma novata que, apesar disso, conseguiu botar a concorrência no chinelo investindo pesado em bons e MUITOS games. Foi então que mais uma empresa novata no ramo dos video games tentou entrar na batalha: a Apple.

Antigo logo da empresa da maçã

Embora muito conhecida hoje em dia em tempos de iPhones, iPads e iPods, a Apple era pouco conhecida pelo grande público até a década passada, tudo que se sabia é que ela era uma "empresa que fazia computadores". Nesta nossa Era da Internet é praticamente impossível uma pessoa em nossa sociedade nunca ter mexido num computador (nem que fosse pra espiar pornografia no PC da escola), mas houve uma época em que computadores não eram um "eletrodoméstico que tinha em todas as casas", houve um tempo em que poucas pessoas tinham e/ou sabiam mexer num computador (e em geral era no trabalho...); Internet então, era uma utopia que nem os filmes de ficção científica previram com precisão. Seja como for, sabia-se que existia a IBM, a Microsoft e outras empresas que vendiam esses "trecos", e também uma ou outra pessoa já tinha lido ou ouvido falar de uma empresa que vendia computadores caríssimos, ou seja, a tal da Apple (engraçado que isso praticamente não mudou, hoje em dia... embora todo mundo só fale em smartphones, pouca gente tem um iMac). Isto no Brasil, claro, em outros países a Apple era mais famosa, embora seus produtos ainda fossem considerados "artigos de luxo", como a belezinha aí da foto.

Power Mac 9500, o computador mais avançado e caro de sua época (1995): US$5300!!!

Embora tenham sido criados inicialmente para fazer cálculos, logo os computadores ganhariam muitas outras funções como encher de pornografia a vida dos usuários substituir as máquinas de escrever, substituir o correio (e até mesmo o telefone hoje em dia) e logo alguém teve a ideia de fazer diversão eletrônica: surgiam os jogos de computador. Ainda nos anos 80 e 90, para quem tinha um pouco mais de recurso, era possível encontrar games para computadores como o PC e o MSX, mas o mais interessante é que a própria Apple, apesar de ter criado o primeiro computador pessoal popular (o Apple II),  NÃO chegou a participar do mercado de games inicialmente. Embora a Apple produzisse não apenas computadores, mas também demais hardwares, periféricos e softwares, poucos games eram feitos para seu sistema, mas isso justamente pelo fato de que o Macintosh nunca foi um computador muito popular (em grande parte devido a seu preço) além da política da Apple não ser muito aberta a produtos de outras empresas para seus equipamentos (coisa que ainda acontece muito hoje em dia), ao contrário da Microsoft e outras empresas que desde o começo já faziam parcerias com softhouses para ganhar versões PC de games populares em consoles. O games próprios da Apple eram então pouco conhecidos do grande público e, ainda por cima, muito poucos games ganhavam conversões para Mac. Entretanto, a entrada da Sony no mercado dos Games abalou o mundo corporativo em 1994; várias empresas viram que, mesmo não tendo tradição, uma empresa de eletrônicos poderia se dar bem nesse mercado. A Microsoft passou a investir na Sega (o resultado disso foi o Dreamcast e, depois, o  X-Box), a Phillips já amargara a derrota de seu CD-i que, mesmo lançado, era bem odiado (pela baixa qualidade de seus games e por ser caro demais), a 3DO não conseguia chegar perto da concorrência com seu console homônimo mas tinha lá seu público fiel... e a Apple?

Bandai Playdia

Não querendo imitar a Sony, a Apple nunca quis lançar seu console por conta própria e tentou fazer as coisas do jeito menos arriscado, iniciando uma parceria com uma empresa já tradicional no ramo dos games: a Bandai. A Bandai era inicialmente uma empresa de brinquedos e animação japonesa (responsável por grandes sucessos como 3x3 Eyes, Ghost in the Shell, Cowboy Bebop e muitos outros; no Brasil, ficou famosa por lançar os bonecos dos Cavaleiros do Zodíaco, ainda na época da Manchete) que, ao se fundir com a Namco, passou também a produzir games (muitos deles baseados em animes, principalmente os games de Dragon Ball Z que até hoje são licenciados pela Bandai). Embora fizesse games para quase todos os consoles (principalmente Super Famicon, a versão japa do Snes), a Bandai chegou a ter seu console próprio chamado Playdia, mas este console era exclusivo do Japão pelo fato de a Bandai ser a única empresa a fazer games para ele e não ser tão famosa no Ocidente; com a oferta da Apple de uma parceria, era a oportunidade que a Bandai tinha de expandir seus negócios. Foi assim que nasceu o Apple Bandai Pippin, lançado em Março de 1995 no Japão e em Setembro do mesmo ano nos Estados Unidos. Um projeto ambicioso, que tinha a intenção de ser "mais do que uma plataforma para games, que no futuro poderia tomar outras formas, incluindo telecomunicações domésticas"; talvez ambicioso demais, a pretensão do Pippin só não foi maior que seu monumental fracasso.

O Pippin americano

Tecnicamente falando, o Pippin era praticamente um Macintosh disfarçado, usando o mesmo sistema operacional Mac OS Classic, a mesma placa-mãe dos Macs e até os mesmos tipos de CD-Roms  (que, aliás, eram totalmente compatíveis com os computadores). Embora inicialmente a Bandai planejasse lançar o console sem acesso à Internet (ou aquilo que chamavam de Internet nos anos 90...) teve que voltar atrás nessa decisão e incluir um modem no console devido a pedidos feitos pelos consumidores após o anúncio do lançamento; esta foi apenas a primeira de muitas alterações técnicas que o console sofreu antes mesmo de ser lançado, o que em grande parte contribuiu para sua derrota. Foram produzidos inicialmente 100 mil unidades, mas estima-se que não foram vendidas mais do que 42 mil para as lojas e cerca de apenas 7 mil para os consumidores; ou seja, o console teria vendido então menos de 50 mil unidades EM TODO O MUNDO! Por que esse fracasso de um console que seria tão bom?

A Placa-Mãe do Pippin, idêntica às dos Macs da época


Pra começo de conversa, o Pippin NÃO era essa coca-cola toda; embora fosse um "mini-Mac", muitas das unidades vendidas apresentavam defeitos mesmo tendo ainda tão poucas unidades produzidas (e tem gente que até hoje reclama das "três luzes vermelhas da morte" do X-Box 360...) em grande parte devido às alterações de última hora feitas no hardware; pra piorar, o preço inicial não ajudava: 599 dólares, enquanto o próprio Playstation custava a metade (U$ 299,00). Lançado no meio da guerra Playstation-Saturn-Nintendo 64, o Pippin foi também um grande fracasso de marketing; embora tivesse toda a propaganda da Apple e da Bandai, seu público-alvo (os gamers) não se interessava: "Por que pagar tudo isso por um console desconhecido e com poucos games, quando eu posso ter meu próprio Playstation?"; embora fosse tradicional no ramo dos games, a Bandai não era lá muito conhecida fora do Japão, ao passo que o público secundário (fãs do sistema Mac e da Bandai) também torciam o nariz; ninguém tinha certeza se o Pippin era um Computador ruim de jogar ou um Videogame difícil de programar. Como eu disse, todos os games do Pippin eram compatíveis com o Mac, e as pessoas ficavam na dúvida se valia a pena comprar um Pippin (que talvez fosse apenas uma versão barata do Mac) ou um Macintosh tradicional; a maioria que podia escolhia a segunda opção.


Quem olhasse por trás jamais diria que isto é um videogame!

Por falar em games, este é justamente outro dos grandes fatores de falha do Pippin: embora fosse um computador com até mais potencial que o Playstation e o Saturn, seus jogos eram muito fracos e pior, a maioria eram games educativos (o que costuma afastar gamers tradicionais) e o que piorou tudo foi o fato de que poucas empresas desenvolvedoras de games chegaram a produzir games para o Pippin, a maioria eram feitos pela própria Bandai e poucos pela própria Apple. Pouquíssimos jogos foram lançados no Japão (cerca de 80), e muito menos nos EUA: o Pippin conseguiu o incrível recorde de ter tido apenas 18 games em solo americano!


Alguns dos games do Pippin

Justiça seja feita, o Pippin tinha uma característica positiva, que era seu joystick: o controle do Pippin (chamado AppleJack) é considerado um dos controles mais anatômicos e confortáveis já feitos. Num formato que lembra um bumerangue, sua empunhadura é melhor até mesmo que a do Playstation, embora tivesse menos botões, mas o que chama a atenção no controle é a Trackball que fica no meio: esta bolinha tinha tanto a função de um botão analógico quanto a de um mouse! E seu direcional era bem mais confortável e macio que o dos consoles tradicionais. Uma pena que toda essa maravilha podia ser tão pouco aproveitada pelo fato do console ter tão poucos games e tão ruins...


O AppleJack, um joystick tão bom que tem nome próprio

Devido ao pouco sucesso do console, o Pippin chegou a ser licenciado a uma terceira empresa, a norueguesa Katz Media, que pretendia lançar o console na Europa e no Canadá,  como um Mac de baixo custo e tentando fazer uma integração via Internet em redes de shoppings, hotéis e hospitais; seria a primeira tentaiva de algo tão grande envolvendo uma rede de computadores numa época que a Internet não era tão popular, mas foi infelizmente outro projeto ambicioso que não deu certo. Lançado numa época que a Apple tentava se popularizar, o Pippin contou com mais um azar em sua curta carreira: o retorno de Steve Jobs à empresa. O co-fundador da Apple havia saído da empresa em 1985 devido a problemas que teve com os diretores, mas retornou em 1997 quando a Apple esteve à beira da falência (em grande parte graças também ao Pippin) para levantá-la das cinzas; para isto, ele começou boicotando os produtos que eram comercialmente um fracasso e também as imitações do Macintosh... e o Pippin era as duas coisas, literalmente a "maçã podre" do cesto! Estava declarado o fim do console da Apple, apenas dois anos depois de seu lançamento...

Versão japonesa do Pippin; branco como o Saturn nipônico

É preciso levar em conta que, tirando os que vinham com defeitos de fabricação, o Pippin até que não teria sido um console ruim. Ele era praticamente um computador Macintosh que sequer precisava de monitor (podendo ser integrado a qualquer televisão, numa época em que poucas televisões podiam ser usadas como monitores), com hardware e software avançados, além de um controle excelente, e contando ainda com diversos periféricos (teclado, controle sem fio, mesa digitalizadora etc.) mas infelizmente não fez sucesso e seus games não prestaram; o Pippin morreu sem deixar descendentes (um console sucessor) e sem ter emplacado nenhum game ou mesmo um mascote de sucesso além de nunca ter chegado em outros países (como o Brasil). Depois de seu fim, a Apple levou uma década inteira afastada do ramo dos videogames até lançar o iPhone, este sim um projeto que acabou cumprindo grande parte das ambições que o Pippin tinha, como de revolucionar as telecomunicações e inovar o mundo dos games: hoje, até pessoas que até bem pouco tempo rejeitavam os videogames aderiram à moda dos games via smartphones... e ficam lotando minha caixa de entrada com pedidos pra jogar Candy Crush.


CURIOSIDADES:

- Embora descontinuado em 1997, a Bandai oficialmente continuou a prestar suporte ao Pippin até 2002, produzindo poucos games lançados exclusivamente no Japão;

- Embora o iMac seja considerado o primeiro computador sem entrada para disquetes, esta posição na verdade cabe tecnicamente ao Pippin, que não vinha com um leitor próprio (embora tenha sido lançado como um periférico), já que o console foi lançado dois anos antes do iMac;

- O nome "Pippin" vem de Newtown Pippin, uma espécie americana de maçã, que é parente da espécie McIntosh (que obviamente dá nome a... ah, vocês sabem).
 
Obs.: Diferente dos outros consoles que foram apresentados nesta série, o Pippin foi lançado e comercializado; entretanto, seu prematuro fracasso e resultante cancelamento o tornam "digno" de figurar entre os Consoles Cancelados aqui do Museum.


Diablo (PC)

sábado, 5 de julho de 2014 Postado por P.A.

 
Gênero: RPG


Fabricante: Blizzard


Lançamento: 1996


Jogadores: 1 player (ou 4 players online)





Eu realmente gosto da Blizzard. Acho uma das melhores empresas do mundo dos jogos, não apenas pelos ótimos títulos que lança, mas pelo respeito que a empresa mostra com os jogadores. Não é uma empresa mercenária (ouviram EA e Capcom?) e nem lança jogos à rodo sem se preocupar com a qualidade (essa foi pra você Activision); pelo contrário, a empresa é conhecida pela demora até exagerada com que lança seus jogos, vide a espera quase interminável que os fãs de Starcraft e Diablo sofreram até que suas sequências fossem lançadas.
Em 1994 a empresa já havia lançado o que seria um dos seus carros-chefe: Warcraft. Dois anos depois, tivemos o lançamento de outro jogo que viria a se tornar um clássico. Sabendo das limitações da época, a Blizzard fez o que de melhor poderia com Diablo. É um jogo simples, com interface agradável e com ação frenética e que não dá folga ao jogador, sem cut-scenes ou pausas. Você terá que detonar seu mouse durante a descida ao inferno.

Tristram e os poucos moradores que restaram!

A história de Diablo é seu ponto forte e ao mesmo tempo seu deslize.
Tudo começa muito antes do início do jogo. Desde os primórdios, sempre houve a luta entre as forças da luz contra as forças das trevas.  Os três senhores do mal mais fortes (Mephisto, Baal e Diablo) precisavam ser detidos e aprisionados. Para essa difícil tarefa foi criada uma ordem secreta de magos conhecida como Horadrins. Eles conseguiram aprisionar Mephisto e Baal dentro de artefatos mágicos poderosos conhecidos como pedras das almas, mas Diablo conseguiu fugir dos magos. Depois de muitas décadas de procura e de uma violenta batalha, os magos liderados por Jered Cain finalmente conseguiram prender Diablo na última pedra das almas e a enterraram numa caverna em Khanduras. Os magos então construíram um grande monastério e uma rede de túneis sobre as cavernas; e logo uma cidade se formou ao redor do monastério, nomeada de Tristram.
Depois de algum tempo, um poderoso senhor do norte, chamado Leoric veio até essas terras e se proclamou rei. Leoric era muito bondoso e religioso, e trouxe consigo inúmeros cavaleiros, sacerdotes e o arcebispo Lázaro. Diablo que estava adormecido, finalmente acordou e se apossou do corpo do arcebispo, do rei Leoric e de seu jovem filho Albretch.
A cidade ficou numa completa escuridão, e as poucas pessoas que restavam, fugiam para outras cidades.
Agora Tristram estava completamente destruída, e logo o domínio no corpo do jovem Albretch estaria completo e finalmente Diablo estaria livre novamente no mundo dos homens.

Como vocês podem ver, a história de Diablo é muito extensa, interessante e repleta de detalhes! Porém tudo isso que eu escrevi não é mostrado em momento algum para o jogador; a história esta apenas no manual. O vídeo de introdução é simples e não mostra absolutamente nada. O jogador escolhe seu personagem e já é jogado direto na vila de Tristram sem sequer ser informado de nada. Uma lástima!
As informações que o jogador recebe vem de conversas com os poucos moradores que restaram em Tristram (apenas 8 pessoas) e de alguns livros encontrados nos labirintos. 
E se por um lado a história é complexa e repleta de detalhes; o nosso herói vai pelo caminho contrário. Você toma o controle de um herói solitário e corajoso que apenas quer fazer o bem e resolve se aventurar pelos labirintos do monastério. O herói não mora em Tristram ou sequer tem um real motivo pra colocar sua vida em risco. Apenas acordou de bom humor e resolveu tentar arriscar sua vida pra salvar o mundo.

Antes de começar a aventura, o jogador pode escolher entre três classes: o guerreiro, a arqueira e o mago. O guerreiro é o mais forte e resistente, mas é fraco com magias. A arqueira é a personagem mais equilibrada, podendo usar boas magias e ataques normais com seu arco, apesar de não ser tão resistente a porradas como o guerreiro. Já o mago é o mais difícil de usar; apesar de muito forte com magias (óbvio!!!!) ele é um verdadeiro saco de pancadas. Existem diversos equipamentos para você equipar seu personagem - entre espadas, machados, arcos, armaduras, capacetes, anéis, cajados e muitos outros. Existem também livros que ensinam magias aos personagens. Não há uma restrição para usar os equipamentos ou magias, a não ser pela quantidade de pontos no status necessários para cada item, mas se seu personagem tiver os pontos necessários não haverá problemas. Um guerreiro poderá usar uma magia, por exemplo, caso tenha pontos suficientes; assim como o mago poderá utilizar uma espada ou um arco. Claro que nesses casos, não terão a eficácia que se espera; mas é bizarro notar que não há uma restrição para cada classe e cada equipamento ou magia.
Quando isso acontecer, esteja ciente que fudeu muito!

Graficamente Diablo não é nenhum primor, mas também não faz feio! O jogo possui uma atmosfera sombria, com cenários bem escuros. Além disso, o jogador tem uma visão de cima; no que nós conhecemos por visão isométrica. O sprite do herói é simples, mas tem alguns detalhes legais, como os equipamentos que vão aparecendo conforme você vai se equipando, mas nem todos os equipamentos aparecem no nosso herói. Os inimigos também são simples mas bem diversificados e muito bem animados.
As músicas acompanham o clima sombrio do jogo, e se não chegam a ser um destaque também não comprometem. A dublagem é muito boa e os efeitos sonoros também cumprem bem seu papel. Único ponto negativo é o barulho dos passos do nosso personagem, que acaba irritando depois de um tempo.

Diablo é um jogo muito fácil de ser jogado. O jogador só precisa usar o mouse para dar os comandos pro personagem. Com o clique do mouse você ordena que o personagem se mova até o lugar desejado, converse com pessoas, abra baús e ataque os inimigos. Apertando o TAB você abre um mapa do cenário que vai sendo descoberto conforme você explora o local. O mapa é muito útil e ele fica sobreposto ao jogo; apesar de achar estranho no começo, você logo vai preferir deixar o mapa aberto ao mesmo tempo que avança para saber pra onde ir. Essa foi uma sacada interessante da Blizzard pra driblar as limitações da época e colocar o mapa pra auxiliar o progresso do jogador.

Um bom aventureiro sempre anda com seu mapa!

O personagem tem um cinto com 8 espaços pra que você equipe itens - poções e pergaminhos de magia - e possa usá-los rapidamente sem a necessidade de abrir seu inventário, visto que quando você abre o inventário, o jogo não para e você pode ser atacado por inimigos. Os itens são utilizados através de teclas de atalho do número 1 ao 8. Aprender a usar essas teclas de atalho é fundamental, principalmente nos momentos de sufoco quando precisa recuperar sua energia rapidamente.
O inventário é limitado e muitos itens são grandes e ocupam muito espaço, fazendo com que você deixe alguns itens pra trás. Um ponto negativo é que não dá pra girar os itens pra encaixá-los no seu inventário. Às vezes você tem o espaço necessário pro item, mas não na disposição correta.
Como seu inventário não é muito grande você logo vai sentir falta de algum lugar pra guardar seus itens. Infelizmente não existe lugar algum pra isso; então a solução é jogar tudo no chão da cidade e largar por lá, já que os itens não desaparecem. Você pode largar até seu dinheiro no chão da cidade que ninguém irá te roubar! O povo de Tristram é muito honesto!

O jogo possui 16 níveis (dividos em quatro cenários: a igreja, as catacumbas, as cavernas e o inferno) e sua missão é ir descendo até o último e enfrentar Diablo.
Os labirintos de Diablo estão repletos de inimigos de todos os tipos e o segredo pra ser bem sucedido aqui é não avançar como louco. Explorar com cautela é a solução pra não entrar em uma sala ou dar de cara com um grupo de inimigos. Se você ficar cercado por inimigos certamente irá ter problemas. A inteligência artificial não é muito alta, então um truque básico é ficar em lugares estreitos (como alguma passagem ou porta) e esperar pra ir matando um inimigo de cada vez; eles fazem fila esperando a vez deles!
E é sempre bom explorar todos os levels por completo, para encontrar itens ou equipamentos e claro, ganhar níveis de experiência. Não adianta querer descer correndo pra enfrentar Diablo...

Você vai enjoar de tantas vezes que terá que voltar pra cidade, seja para recuperar sua vida, ou para comprar poções e equipamentos, ou até mesmo reparar seus equipamentos antes que se quebrem. E é sempre bom conversar com o pessoal sempre que descer um andar do labirinto, pois algumas missões surgem conforme você conversa com a galera. Existem dois meios de voltar pra cidade rapidamente: o primeiro e mais prático é usando a magia Town of Portal (você pode aprende-la lendo um livro ou usando um pergaminho). Um portal se abre no lugar onde você usou direto pra cidade e fica aberto até você retornar ao labirinto, depois ele se fecha. O segundo jeito é utilizando alguns atalhos que existem em alguns níveis do labirinto.
E falando em missões, o jogo possui 16 missões (as ditas "Quests"). Apenas duas delas são fixas - enfrentar o arcebispo Lazarus e enfrentar Diablo. As outras 14 quests são aleatórias e podem ou não aparecer pra você e não são obrigatórias e nem influenciam no desfecho do jogo.
Assim como as missões, os mapas de Diablo também são aleatórios. Cada vez que se inicia um novo jogo, os labirintos são escolhidos randomicamente; deixando assim o jogo com uma 'cara nova' sempre que for jogar.
À esquerda seu status e à direita seu invetário!

Você pode salvar seu jogo quando quiser, mas cuidado: Diablo só possui um slot pra save, então cuidado ao salvar pra não se arrepender depois.

No ano seguinte Diablo recebeu uma expansão produzida pela Sierra, intitulada de Hellfire! Foi acrescentado uma nova classe de guerreiro, o Monge. Também foram criados dois novos cenários: a colméia e a cripta. Esses cenários fazem parte de um novo labirinto de oito niveis contendo novos inimigos e um novo vilão: Na-Krul; antigo braço direito de Diablo que se rebelou contra ele. Vale notar que a história dessa expansão foi completamente ignorada pela Blizzard na produção de Diablo II.
Em 1998 Diablo foi convertido para Playstation, numa excelente adaptação feita pela Eletronic Arts. Eu particularmente acho que esse tipo de jogo seja melhor jogado com o mouse; mas é notável que o trabalho de adaptação ficou muito bem feito e a jogabilidade muito bem adaptada para o joystick.


NOTA FINAL: 8,0
DIABLO É UM JOGO QUE SUPEROU AS LIMITAÇÕES DA ÉPOCA. COMO MARCA DOS JOGOS DA BLIZZARD, DIABLO É EXTREMAMENTE VICIANTE! PENA O JOGO NÃO DAR MAIS ENFOQUE À GRANDIOSA HISTÓRIA DO JOGO E DEIXAR ESSE TRABALHO APENAS PARA O MANUAL...
Plataforma: