Phantasy Star (Master System)

Gênero: RPG
Fabricante: Sega
Lançamento: 1987
Jogadores: 1
Muita gente diz que o baixo sucesso do Master System no Japão foi pela falta de RPGs(já que os japas são vidrados nesse tipo de jogo... prova disso é o que houve no lançamento de Dragon Quest 3). Bem, com certeza foi a falta da QUANTIDADE de RPGs, mas não da QUALIDADE. Phantasy Star é considerado uma das maiores revoluções no mundo dos games: foi não só um dos primeiros RPGs para consoles caseiros, mas também um dos primeiros a ter uma protagonista

A história se passa no sistema solar Algol, onde existem três mundos habitáveis: Palma, muito semelhante à Terra, mas muito mais avançado tecnologicamente; Motávia, o planeta desértico e Dezóris, o planeta gelado. Algol era governado pelo rei Lassic(La Shiec, no original em japonês), que outrora benevolente, se tornou um frio e cruel ditador após se converter a uma nova e estranha religião, até que uma rebelião se forma, liderada pelo guerreiro Nero. Nero é morto na frente de sua irmã Alis Landale(Alissa Landell, no original), que jura vingá-lo e livrar Algol do jugo de Lassic. Começa então a jornada da jovem e inexperiente guerreira em busca de amigos e armas capazes de enfrentar o ditador e, mais do que tudo, a misteriosa força maligna responsável por tudo isso.
Embora possua apenas um final, o que conta em Phantasy Star é o desenvolvimento do jogo; durante a jornada de Alis, é possível percorrer todo o sistema Algol, ou seja, não apenas um mundo, mas três para explorar! O jogo usa três tipos de visão: visão aérea quando os personagens estão andando, visão de batalha(em que só se vê o oponente e o cenário em que a luta se desenrola) e a visão 3D em primeira pessoa quando se percorre uma masmorra(e são MUITAS). A quantidade e variedade de oponentes é absurda, desde insetos até dragões, o que rende inúmeras batalhas; o único defeito neste sentido é que só se enfrenta um tipo de oponente por vez, e quando aparece em bando, os demais só aparecem como números de HP extras. A jogabilidade em batalha acaba ficando um pouco confusa também, já que você não vê seus personagens, e pode acabar se confundindo na hora de ordenar os comandos. Durante o jogo é possível encontrar mais personagens para seu grupo, armas, itens, veículos que facilitam a movimentação(são quatro: landrover, hovercraft, cavador de gelo e nave interplanetária) além de muitas outras coisas.
Os gráficos são muito bons(para a época, claro). Com cores claras, usando o máximo possível da capacidade do Master, os cenários saltam à vista. Existem ainda imagens em CGs desenhadas no estilo mangá, que acontecem em algumas partes do jogo, o que ajuda a deixá-lo ainda melhor. Os labirintos, entretanto, embora sejam em 3D, acabam se tornando um pouco monótonos. Os sprites dos personagens são razoáveis, exceto o da Alis(ela tem cabelo preto no sprite e castanho claro nas CGs... vai entender).
As músicas são sem sombra de dúvida a melhor parte desse jogo! Os japoneses realmente capricharam, fazendo uma trilha sonora única e impecável para esta obra-prima(a música das masmorras simplesmente não sai da minha cabeça!), gravada em FM. Até mesmo nos dias de hoje são feitos remixes dessas músicas(um dos meus preferidos é o da banda Mega Driver). Uma pena, entretanto, que essa qualidade das músicas só possa ser completamente saboreada na versão japonesa do Master System(que possui o chip Yamaha YM2413); nas versões americana e brasileira, a qualidade das músicas caiu muito(mas mesmo assim continuaram boas, para a época).
A jogabilidade é um pouco difícil; embora não seja empedrada ou monótona como a maioria dos RPGs da época(entre eles Final Fantasy e Dragon Quest), ela é confusa, sendo comum errar um comando com tantas opções e muitas delas repitidas(mas nada que atrapalhe muito, já que mesmo as batalhas páram quando é a sua vez de escolher as ações dos personagens). Os labirintos são o cúmulo da dificuldade, dando dores de cabeça por não existirem mapas no jogo(mas é possível achar os mapas das masmorras em alguns sites; mesmo com mapas, é fácil se perder em alguns deles); eu mesmo já fiquei dias tentando encontrar a saída de alguns... além disso, as batalhas costumam ser difíceis; é impossível avançar no jogo sem fazer seus personagens subirem alguns níveis(mas existe tempo de sobra, quando se perde num labirinto). Existem ainda muitas missões a se cumprir, quebra-cabeças para desvendar, mistérios a resolver, armadilhas, passagens secretas nos labirintos... eu desafio qualquer um a descobrir o segredo para tornar visível o castelo de Lassic sem olhar em resenhas. A menos que se faça tudo da maneira correta, não dá pra vencer o jogo(e quando eu digo tudo, é TUDO mesmo!), e mesmo com uma resenha BOA o desafio é de enlouquecer. A própria equipe de testes da Tec Toy(responsável por lançar o jogo no Brasil) declarou que levou três MESES para terminá-lo!! É coisa de louco... ou de deixar qualquer um louco. Por sorte, existem cinco slots para se salvar o jogo, que pode ser salvo a qualquer momento em qualquer lugar. Uma outra coisa muito legal é a interatividade: é possível conversar com alguns monstros e evitar a batalha! É claro, isto se o seu personagem falar a língua do monstro(existe uma magia de tradução, mas apenas um certo personagem a possui).

Bem, com a alta qualidade de suas músicas, de seus gráficos e todas as suas inovações, Phantasy Star foi um jogo muito à frente de sua época, que conta com uma legião de fãs até hoje(eu, inclusive). É um jogo terrivelmente difícil, que em algumas partes até pode enjoar, mas quem começa dificilmente consegue parar até conseguir realmente zerá-lo(e ver as lindas CGs do final; acreditem, vale a pena). A história do jogo é um quesito à parte; embora ela tenha começo, meio e fim, ela é apenas a ponta do iceberg para o que vem por aí... O lançamento do Phantasy Star original foi esperado com grande alvoroço, em todos os lugares que ele pisou(inclusive no Brasil, onde ganhou uma versão em Português em 1991); embora hoje em dia muitos fãs repudiem a tradução feita pela Sega of America(existe até um grupo que retraduziu a versão japonesa e lançou a rom na net), ele cumpriu bem seu papel(foi inclusive lançada uma raríssima versão para Mega Drive, idêntica à do Master). Se a Sega tivesse mantido esse padrão em seus jogos, talvez o Master System não tivesse afundado, ou talvez o Mega Drive tivesse vencido a lendária batalha contra o Super Nintendo. Não é à toa que a Sega hoje em dia tenha virado apenas uma produtora de games e não tenha mais um console próprio.
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UM GRANDE JOGO, QUE MARCOU SUA ÉPOCA E INOVOU OS JOGOS COMO NENHUM HAVIA FEITO ATÉ ENTÃO.
Plataforma:
Master System