A Evolução dos Games: Castlevania

domingo, 26 de setembro de 2010 Postado por Azrael_I

Parte 1: O início

Falar sobre a evolução de Castlevania é falar da própria evolução dos jogos de plataforma; em seus mais de vinte anos de existência, os jogos da série Castlevania cresceram e se modificaram, sempre trazendo modificações em relação uns aos outros, acompanhando o desenvolvimento dos consoles e criando, eles próprios, inovações nos jogos de plataforma, RPG e outros estilos, além de melhorias nos próprios consoles. Castlevania é uma série que sempre se renovou em todas as suas encarnações, fazendo com que algo que à princípio parece um clichê (o herói de chicote que invade o castelo pra matar o monstro) sempre seja algo inédito em cada jogo; em parte isto se deve ao fato de que as equipes de produção do jogo sempre eram mudadas, era praticamente uma equipe nova a cada jogo lançado (mas com alguns membros sendo remanejados, às vezes); isto por um lado foi bom para a originalidade dos jogos, mas por outro foi prejudicial com relação à cronologia da série, dificultando para os produtores dos jogos seguintes encaixarem fatos mostrados nos jogos mais antigos em jogos recentes, o que acabou culminando em vários jogos serem retirados da cronologia. Com o lançamento próximo de um novo Castlevania (que promete revolucionar de vez a saga dos Belmonts), resolvi fazer esta parte especial da série A Evolução dos Games, dividida em partes, aonde irei tentar abordar as principais mudanças e inovações que os muitos jogos da série Castlevania trouxeram uns em relação aos outros.


Era 8 Bits
O marco de estreia de Castlevania/Akumajou Dracula foi na já popular era 8 Bits, que sucedeu a Era Atari (mais detalhes sobre isso no especial A História dos Videogames, aqui do Museum). Apesar da tecnologia hoje ser considerada ultrapassada por muitos jogadores, a qualidade dos jogos dessa época ainda mantém a fama da série Castlevania (muitos, aliás, dizem que os melhores jogos são desta época), tanto que até mesmo alguns jogos são feitos até hoje com tecnologia 8 Bits (como Megaman 9).


Castlevania/Akumajou Dracula/Vampire Killer (Nes e MSX)

O primeiro jogo da série até hoje é motivo de controvérsia entre os fãs (qual nasceu primeiro); a versão de MSX foi lançada antes da de Nes, e detalhes na produção indicam que ela foi feita primeiro. A realidade é que a primeiríssima versão de Castlevania foi para o Family Computer Disk System, alguns dias antes da de MSX, mas isso é uma outra história, já que aqui vou falar apenas dos jogos que mais influenciaram a evolução de Castlevania (e me perdoem se eu acabar sendo injusto), por isso vamos nos ater às versões de Nes e MSX; embora tenham a mesma história, as duas versões do jogo são bem diferentes uma da outra. E ambas trouxeram muitas mudanças para os jogos de plataforma.

Características comuns das duas versões:
- Primeiro jogo do mundo em que o personagem tinha uma voz;
- Cenários bem construídos;
- Música muito bem trabalhada;
- Estreia de muitos personagens importantes pra história de Castlevania, entre eles Simon Belmont, Morte e Drácula;
- Inimigos difíceis, mesmo pros padrões atuais (a Morte é de lascar!).
- É o jogo da série que mais teve remakes, remades e spin-offs, incluindo versões para Amiga, Arcade, Game Boy Advanced, Playstation, PC, entre MUITAS outras.

Castlevania Original...ou quase


Exclusivos para MSX:
- Jogo mais trabalhado, com gráficos e sons mais bonitos;
- Sistema de exploração "semi-RPG", que serviria de base para jogos futuros;
- Primeiro jogo da série a ter um inventário (ainda que primitivo);
- Primeiro jogo da série a ter o tradicional vendedor;
- Fases diferentes da versão de Nes;
- Dificuldade insana! Hardcore ao extremo, é considerado um dos jogos mais difíceis de todos os tempos (apenas três vidas e nenhum continue!).

Vampire Killer, o Castlevania de MSX


Castlevania II: Simon's Quest (Nes)

O patinho feio da série, trouxe algumas mudanças positivas, mas sua dificuldade e o fato de ser "maçante" o deixaram longe da lista dos mais queridos... Mesmo assim, foram justamente suas inovações as bases para quase todos os jogos futuros que viriam a se tornar os mais queridos pelos players.

Características:
- Primeiro jogo da série feito para um console que tinha o sistema de exploração visto na versão de Castlevania para MSX;
- Primeiro a se passar fora do Castelo de Drácula;
- Primeiro a ser uma continuação direta da história;
- Primeiro a ter mudanças entre dia e noite;
- Primeiro a ter níveis de evolução para o personagem;
- Surgimento dos personagens "barqueiro" (The Ferryman) e Carmilla;
- Primeiro jogo da série a usar passwords;
- Melhores gráficos e mais músicas que o jogo anterior.
- Muito repetitivo e demorado.

Castlevania Sonífero


The Castlevania Adventure (Game Boy)

Apesar de também inovador, esse jogo costuma ser o menos querido do Game Boy por causa de sua jogabilidade, sons e gráficos pobres, e recentemente ganhou uma nova versão para WiiWare.

Características:
- Primeiro jogo da série para um videogame portátil;
- Primeiro a ser estrelado por um personagem diferente de Simon Belmont (no caso, Christopher Belmont);
- Primeiro jogo da série a não ser uma continuação direta da história (na verdade, é um prequel);
- Primeiro jogo da série a não ter as armas sagradas (o jogador só podia contar com as melhorias do chicote);
- Utilização de cordas em vez de escadas (o que mais afastou jogadores do que atraiu...).
- Jogabilidade BEM travada.

Castlevania Pedra


Castlevania III Dracula's Curse/ Akumajou Densetsu (Nes)

Um dos maiores sucessos da série, muitas vezes costumava ser confundido com o primeiro jogo por jogadores inexperientes (noobs!). É o preferido de Koji Igarashi, que foi o produtor responsável pela produção de alguns dos melhores jogos da série, teve diversas referências nos jogos posteriores e quase teve uma versão animada... quase.

Características:
- Primeiro jogo da série em que se podia jogar com outros personagens além do tradicional "carinha do chicote" (e logo três, de uma vez, mas não ao mesmo tempo);
- O primeiro jogo do mundo a ter uma voz diferente para um dos personagens (no caso, Sypha Belnades), e ainda por cima uma voz feminina;
- Sistema interessante de interatividade com as fases em que era possível escolher fases diferentes, de acordo com as bifurcações no final das fases;
- O chefe Morte estreia uma segunda forma pela primeira vez;
- Primeiro uso do chip VRC6 (na versão japonesa) que possibilitou gráficos e músicas ainda melhores;
- Surgimento dos personagens Trevor/Ralph Belmond, Sypha Belnades, Grant Dynasty e Alucard (que costuma ser o favorito dos fãs da série, graças ao sucesso de Symphony of the Night);
- Último jogo da série para Nintendo 8 Bits.

Castlevania Fodão!


Era 16 Bits
Apesar de relativamente curta, a era 16 Bits também foi marcante para Castlevania, uma vez que ela participou diretamente da guerra Super Nintendo x Mega Drive; o que mais marcou, entretanto, é que estes foram justamente os jogos mais censurados da série! Além disso, foi nesta era que surgiu o meu jogo Castlevania favorito...


Castlevania II: Belmont's Revenge

Os produtores da série decidiram ressuscitar Christopher Belmont em mais um jogo para Game Boy, desta vez com gráficos, jogabilidade e sons muito melhores, e um desafio ousado mesmo pros dias de hoje: enfrentar o próprio filho!

Características:
- Muitas melhorias e inovações em relação ao jogo anterior, tornando este o melhor Castlevania de Game Boy, mesmo em relação à sua continuação (Castlevania Legends);
- Uso das armas sagradas, diferente do game anterior;
- Surgimento do personagem Soleyu Belmont;
- Primeiro Castlevania em que se enfrenta um Belmont.


Castlevania portátil que presta


Super Castlevania IV (Snes)

O primeiro jogo da série para a geração 16 Bits chegou arrasando, e até hoje é um dos preferidos pelos jogadores retroativos. Embora tenha sido um remake do primeiro Castlevania, ele ainda é parte do "cânone" da série, e recentemente serviu de inspiração para o jogo Lords of Shadows.

Características:
- Primeiro game da série para 16 bits;
- Gráficos e músicas avançados pra época, graças ao Mode 7 do Snes, que permitia inclusive detalhes e movimentação em 3D (mas apenas em algumas fases...);
- Primeiro jogo de Snes a usar o Mode 7;
- Melhoria dos movimentos do chicote (inclusive com a possibilidade de se pendurar em ganchos, recurso pouco usado nas continuações);
- Estreia dos chefes Slogra e Gaibon (que ficaram famosos em Symphony of the Night), além de vários outros oponentes que também seriam aproveitados nos jogos seguintes;
- Foi um dos jogos da série mais censurados em sua versão ocidental.

Castlevania IV... que não é o quarto jogo da série


Chi no Rondo Dracula X (PC Engine)

Que pena... o MELHOR jogo da série nunca foi oficialmente lançado no Ocidente em seu console original (apenas recentemente, em uma nova versão para PSP chamada Dracula X Chronicles). Este jogo teve um remade para Snes lançado alguns anos depois, mas que não alcançou o mesmo sucesso que seus predecessores.

Características:
- Primeiro jogo da série a ser lançado em mídia de CD(PERDEU PLAYSTATION! HAHAHAHA!);
- Primeiro a contar com CGs e cutscenes animadas;
- Primeiro jogo da série com falas(a voz da Morte é macabra!) em vez de apenas gemidos;
- Primeiro em que o chicote não evoluía(ele já começava no máximo);
- O primeiro a ter desenhos estilo anime;
- Estreia do movimento Item Crash(ataque mais forte com as armas secundárias);
- Estreia dos personagens Richter Belmont, Maria Renardt e Shaft;
- Músicas orquestradas com qualidade muito superior aos jogos anteriores (e até alguns posteriores), além de gráficos belíssimos e muito bem trabalhados;
- O primeiro a ter vários finais diferentes (sem contar Castlevania III, que apesar de ter finais específicos para os personagens, eram praticamente idênticos);
- Abolição do sistema de passwords; foi neste jogo que estreou também o sistema de Save, muito mais prático, que viria a ser adotado em quase todos os jogos seguintes;
- Detalhes gráficos meio que infantis no jogo com Maria.

Observação pessoal: meu jogo preferido da série...


Castlevania CD (Perdeu Playstation! Nananana!)


A versão para Snes, Castlevania Dracula X (chamada de Castlevania Vampire's Kiss nas Zoropa), embora tenha a mesma história e seja relativamente divertido, é muito diferente da original para PC Engine:
- Gráficos e músicas com qualidade piorada;
- Movimentos e ataques diferentes para Richter;
- Impossibilidade de usar Maria no jogo (ela inclusive sofreu modificações em seu sprite);
- Ausência das vozes e das CGs;
- Fases bem diferentes da original;
- Em vez de salvar o progresso, passwords;
- Maior dificuldade (principalmente no Drácula), maior ponto positivo deste jogo.

Castlevania que não é Rondo of Blood... mas presta!


Castlevania Bloodlines/ The New Generation (Mega Drive)

O jogo que foi, de certa forma, o primeiro divisor de águas na história da série (quando a Konami quebrou o embargo com a Nintendo) e possibilitou ainda mais o desenvolvimento da série, mas por si só trouxe poucas mudanças significativas (mas MUITAS mudanças).

Características:
- Primeiro game da série a ser lançado exclusivamente para um sistema que não era da Nintendo (sem contar a versão de MSX, já que ele teve uma versão para Nes);
- Primeiro da série a se passar numa época não-medieval;
- O primeiro estrelado por um não-Belmont (no caso, John Morris);
- Estreia dos personagens Eric Lecard e Elizabeth Bartley (inspirada numa "vampira" real);
- Primeiro em que se podia escolher um personagem diferente logo no início do jogo;
- Gráficos mais intensos (embora sem os efeitos do Snes), com cenários interessantes; entretano, meio "coloridos demais", o que segundo alguns tirou muito o clima de terror da série;
- Muitas censuras na versão Européia;
- Estreia da compositora Michiru Yamane, responsável por grandes sucessos e arranjos musicais dos jogos da série.

Observação pessoal: Jogo pessoalmente importante pra mim, já que foi o primeiro Castlevania que joguei...

Castlevania Sangrentamente Colorido


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E assim encerro a primeira parte deste especial na Evolução dos Games sobre Castlevania. Como eu disse, e posso até ter parecido injusto em algumas partes deixando certos jogos de fora (como Haunted Castle, para Arcade, um remake do Castlevania original), mas minha intenção aqui foi mostrar os jogos mais importantes e mais influentes desta grande série que é Castlevania. No próximo post, o Castlevania que todos querem ver e muito mais, aguardem!


5 comments:

Guilherme disse...

Compartilho da mesma opinião que você: Dracula X (do PC Engine, claro) é o meu Castlevania preferido de todos os tempos. Considero melhor inclusive que o Symphony of the Night.

E olha que você não citou a ambientação do jogo (abertura em alemão ftw!), livre de censuras (Japão ftw!) e a melhor trilha sonora de todos os Castlevania. Uma grande revolução pra época.

Abraços!

Edwazah disse...

o primeiro que joguei foi o 2. Amo a música de abertura, dos mapas em geral... bom, é a trilha sonora que eu mais gosto! (queria muito ouvi-la na video games live, como todas as outras \o/) e tenho esse do mega \o/ a única compra de games que fiz pro mega (que qdo comprei veio com uns 10 cartuchos hehehe).
Muito bom \o/

Tristan.ccm disse...

Azrael é uma autoridade no que diz respeito ao clã dos Belmonts. Ninguém melhor que ele pra fazer essa evolução.


Mal posso esperar pela segunda parte. Espero que ele não esqueça de Aria of Sorrow (GBA), que joguei até no celular e é estrelado pelo Soma Cruz, o segundo melhor caçador de monstros pra mim (ninguém supera o Simon Belmont!)


Vou aproveitar que meu Dingoo está chegando e corrigir meu erro de nunca ter jogado Castlevania III.

P.A. disse...

Comprou aonde seu Dinggo Tristan? Pagou qnto?

Tristan.ccm disse...

Peguei uma promoção no dingooimports.com.br, PA. Duzentos reais!

Pena que demora pra chegar, afinal tá vindo da china. Mas tô rastreando pelo site dos correios e ele já tá aguardando aprovação da policia federal, assim que aprovar vou calejar os dedos nele com gosto!

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