[Teste] Dingoo A320 Dynacom

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Postado por Tristan.ccm

Se você é daqueles que estão na dúvida se compram ou não o portátil que se tornou a pedra filosofal dos retrogamers, talvez essa matéria o ajude a decidir o que fazer. Afinal, optei pelo Dingoo no ano passado, e graças a ele minhas férias tiveram um algo a mais. Peço perdão apenas por algumas das fotos abaixo, pois minha câmera não é assim uma Brastemp!

O que é e o que faz esse console?

Na verdade, o Dingoo em sua essência é um Media Player, mas o que o diferencia dos MPnúmero da vida é o fato dele ser capaz de emular consoles clássicos. Ele alcançou status de console pela disposição e identificação de seus botões, idêntica ao do joystick do SNES, e pelo tamanho, pouco menor que uma nota de 2 reais (vide a foto acima).

Adquirindo o Dingoo

Existem duas formas de comprar seu Dingoo: ou você o importa direto da China ou compra a versão nacional, produzida pela Dynacom (se você não conhece, saiba que ela foi a responsável pelo memorável Dynavision 3, considerado o melhor clone do NES já produzido no Brasil)

A importação direta é a forma mais barata de comprar o Dingoo, o console sai por cerca de R$ 200,00, porém há uma grande desvantagem: o fato da entrega ser feita por Air Mail gera o grande risco de ver seu Dingoo ser extraviado. Foi o que aconteceu comigo: fiz a encomenda e os Correios não só "perderam" meu Dingoo quanto não me deram nenhuma satisfação sobre o assunto. Se isso acontecer com você, nem acionar a justiça adianta, pois além de demorado o processo corre o grande risco de não prosseguir.

Já o Dingoo da Dynacom pode ser bem mais caro (R$ 300,00 fora o frete), mas tem algumas vantagens: tem mais tempo de garantia (6 meses contra 3 do importado), assistência técnica ,manual em português e a entrega é via Sedex, mais seguro que o Air Mail. Além disso, a loja virtual da Dynacom aceita PayPal, uma das formas mais seguras de comprar pela Internet (além de permitir parcelamento).

Sistema nativo vs. Dingux

O sistema nativo do Dingoo possui vários emuladores, porém alguns retrogamers reclamam que, além de não considerarem a emulação satisfatória em algumas plataformas, reclamam que outras sequer possuem emulador nativo (Atari 2600, Master System, etc.). Para eles, foi criado o Dingux, nada mais do que uma versão do Linux para rodar no console. Alguns consideram o Dingux obrigatório, outros temem que ele gere problemas, por isso decidi que o melhor seria testar a emulação de diferentes consoles nos dois sistemas. Eis o que podemos concluir:

SNES, Mega Drive e Arcades têm muito a ganhar com o Dingux: apesar de ser boa no sistema nativo, a emulação dos três consoles sofre alguns problemas, principalmente no que diz respeito ao som. No SNES e no Drivo esse atraso no sistema nativo pode atrapalhar a jogabilidade, mas não em todos os jogos. Por exemplo, no emulador nativo do SNES Chrono Trigger rodou bem, com atraso no som só durante a batalha final, porém Top Gear rodou em baixa velocidade. Já os Arcades do sistema nativo, apesar de contarem com um emulador mais fácil de usar, rodam apenas os sistemas Capcom (CPS1 e CPS2) e Neo Geo (MVS), enquanto o Dingux conta com uma versão do MAME, que roda outros tipos de Arcades. Porém nem só de problemas vive o sistema nativo: os emuladores de NES e Game Boy dão um show! As ROMs rodam lisinhas, quase que como nos consoles originais.

Então o Dingux é opcional? Sim, podemos viver sem ele, mas com ele a vida fica bem melhor: a maioria das novidades lançadas pela comunidade dingueira (que não pára de crescer) roda no sistema, que recebeu até mesmo conversões de games para PC como Doom e Wolfenstein 3D. Ele justifica o investimento num cartão de memória.

O desempenho do Dingoo em jogos











Usando ou não o TV-out, jogar no Dingoo é muito bom!!

Em primeiro lugar, a bateria do Dingoo tem uma duração que considerei excelente: jogando pra caramba durante as férias eu carregava a bateria dia sim, dia não. Em média, a bateria dura 4 horas em gameplay. Só tenho uma ressalva: no apartamento em que fiquei as tomadas eram antigas e o carregador do Dingoo enroscava nelas e ficava difícil tirá-lo, coisa que não acontece aqui em casa, com tomadas novas.

A pegada do console não é das melhores, pois seu formato quadrado não ajuda muito, porém os botões estão bem dispostos. Minha única ressalva fica para os botões R e L, pequenos demais. A tela tem um tamanho bom e não cansa a vista, mas se você quiser (e puder), pode conectá-lo a uma TV e jogar como se ele fosse um console de mesa.

Quanto à resitência do console, nada posso dizer. Eu cuido bem do meu, nunca derrubei e sempre limpo ele com um pano seco, mas o manual fala mais de uma vez para tomar cuidado com a tela de LCD, e disso posso deduzir que não é boa ideia bater nela com algo pontudo.

Outras funções do Dingoo

Leitor de e-books do Dingoo, ferramenta perfeita para os garimpeiros de sebo que nunca acham seu livro preferido

Apesar de seu visual, ele é muito mais do que um console retrô. Ele também faz bonito como MP3 e rádio FM (embora o uso de fones de ouvido seja obrigatório no rádio, caso contrário você só ouvirá chiados). Ele também pode ser usado como leitor de E-books, basta colocar um arquivo com extensão .txt e trocar o idioma para espanhol (para poder ver a acentuação).

Mas tem uma função que pode ajudá-lo, e muito, a mostrar aos não-gamers que valeu a pena você gastar uma grana no Dingoo: a reprodução de vídeos. Ganhei pontos com meus sogros (fãs de Roberto Carlos e que perderam o especial de fim de ano do cantor) usando essa função aliada ao TV-out do Dingoo: baixei o show em formato .flv (que ele reproduz sem problemas) e fiz a alegria deles num dia de chuva. Se você perder um programa por ele passar muito tarde ou na hora da novela, a dupla Dingoo/Youtube vai se tornar sua melhor companhia!

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Com isso, espero ter tirado as dúvidas de quem quer comprar um Dingoo. Ele cumpre o que promete, e me deixou bem satisfeito. Tenho certeza que ele também vai fazer a sua alegria.