Videogames e a Violência



Resumidamente, Caio fala sobre como a imprensa noticiou o caso de um menino alemão que abriu fogo em sua escola( http://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Winnenden ), destacando que ele era jogador de Counter-Strike, mas dando pouco destaque ao fato do pai guardar todo um ARSENAL em casa. A culpa maior é de quem: do jogo que "treinou" o garoto pra atirar, ou do pai que deixou a arma acessível? Pra responder isso, cito um comentário nesse mesmo site, do internauta "Tiaumn":" cara , eu acho incrivel que nego nao quer ver o obvio, esses mlk atiradores tem o video game em comum , nao por usar eles como treinamento , pq se for o caso os milhares de jogares que tem espalhados pelo mundo sao soldados em potencial. Mais sim pq eles usam o video game , jogos violentos como uma fuga de suas vidas perturbadas , se voce der uma arma carregada pra um macaco ele mata alguem , armas hj em dia sao facil de ser manuseadas , nao tem mais coice como antigamente , nao precisa de esperiencia , so precisa de logica ."

Reportagem da Superinteressante
"A FALSA CIÊNCIA QUE CRIMINALIZA O VIDEOGAME
Os dados mostram que jogos não causam violência juvenil. E conclusões contrárias só vêm de estudos ruins. *TEXTO: Christopher J. Ferguson
Em países como EUA e Coreia do Sul, os esforços para regulamentar videogames voltaram. O Argumento: games contribuiriam para o comportamento agressivo de jovens. Esses esforços podem ser bem-intencionados. Mas estão baseados em pesquisas realizadas com falhas básicas.
Se ouvem falar de estudos que ligam games a agressividade, muitos pais devem imaginar seus filhos batendo nos outros por aí. Eles não sabem que agressões físicas raramente são analisadas em pesquisas científicas. Nos estudos, o comportamento é testado com atividades como estourar balões ou preencher letras que faltam em palavras(pra ver em que os participantes estão pensando).
Além disso, algumas pesquisas são direcionadas. Um dos estudos de referência na área foi publicado em 2000 por professores da Iowa State University e do Lenoir Rhyne College, nos EUA. Nele, jovens ouviam um barulho - detonado por outro competidor - quando perdiam um jogo. Quatro métodos foram usados para descobrir se os participantes se irritavam com aquilo. Só em um desses métodos a irritação apareceu. Mas os pesquisadores se concentraram nele, porque se aplicava à tese do estudo. E ignoraram o resultado negativo dos outros três.
Quando usadas medidas válidas de agressão, e considerada a influência de família e comunidade nos jovens, o efeito dos games não se comprova. E, mesmo que ignorássemos as falhas das pesquisas, os resultados encontrados são irrelevantes. Os estudos indicam que games causam aumento de entre 0 e 2,5% no nível de agressividade. É pouco. Ou seja, no debate sobre violência, um lado defende que o efeito dos jogos é nenhum, e o outro defende que é quase nenhum. Ainda assim, os pesquisadores difundem a ideia de que games geram o mesmo risco para a sociedade que ameaças de saúde pública, como o cigarro.
Nas últimas décadas, a popularidade dos games disparou em países como EUA e Japão. Já as taxas de violência juvenil caíram. Precisamos nos concentrar em outros fatores se quisermos acabar com a violência entre jovens, como violência familiar e pobreza. Esses, sim, são ameaças à sociedade."

O que dói mais é saber que esse tipo de IDIOTICE não ocorre apenas em alguns países, mas em praticamente todo o mundo. E o Brasil não é exceção. Há muitos anos, políticos vêm atacando os videogames, culpando-os pelo comportamento violento(e isto não acontece apenas com videogames, mas também com outras formas de entretenimento como filmes e RPG), mas usando isto como pura forma de autopromoção. Ficou muito famoso o caso do brasileiro que atirou em pessoas num cinema sob efeito de drogas e declarou que estava se vendo dentro do jogo Duke Nukem(onde tem uma cena em que ele atira em monstros no cinema).
É claro que isto foi um prato cheio pra mídia e pros políticos que pregam a censura nos jogos e nos filmes(destaco um trecho do artigo da Veja que fala justamente sobre isto: "Brotaram explicações psicológicas e psiquiátricas de todos os tipos para o comportamento do estudante. Não faltaram nem mesmo as habituais menções à influência dos filmes violentos, como se as pessoas que assistissem a esses filmes saíssem sempre atirando na multidão". Nas listas de jogos que tentam proibir, vão desde tecnicamente impossíveis(como Counter Strike, o jogo que 9 em cada dez fãs tem em casa) até absurdos(como Everquest e Sonic!). Essas censuras só acabam mostrando ainda mais a incompetência de certas autoridades nestes casos. Não me admira muito que críticos da imprensa critiquem dura e merecidamente a política brasileira... Como disse o grande escritor Stephen King justamente sobre este tema: "O que me deixa furioso é que políticos decidam assumir o papel de pais substitutos. Os resultados disso são usualmente desastrosos, além de antidemocráticos" ( http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u390378.shtml ).
Uma coisa que quero deixar claro: não sou absolutamente contra a política ou os políticos em si, mas sim contra aqueles que fazem mal uso das leis. E isto não inclui apenas os políticos corruptos(mas todos eles, hehehe), mas qualquer um que tenha alguma autoridade, influência ou poderes na lei, tais como juízes, doutores, imprensa etc. e façam mal uso de suas capacidades. E sim, isto inclui os próprios eleitores.

Eu ainda tenho muito(mas MUITO mesmo) a escrever sobre este assunto, mas vou deixar isto para outros posts. Como eu disse este é um tema delicado, que rende muito assunto, e não gostaria de expô-lo ou discutí-lo de maneira leviana. Conto com a opinião dos frequentadores do Blog para fazer disto uma discussão inteligente e, se possível, chegarmos a um consenso sobre este assunto.

P.S.: Espero que me perdoem por usar charges para ilustrar este tópico com um assunto tão sério. Apenas achei que esta seria uma boa forma de chamar a atenção... sem precisar apelar para imagens violentas.
Plataforma:
(IN)Utilidade Pública