[Games em Foco] ROMhacking
Quem nunca jogou um game ou viu um filme até o final e pensou coisas como "isso podia ter sido feito de outro jeito" ou "se fosse eu, o final tinha sido outro"? Afinal, é da natureza humana modificar algo para nosso próprio proveito. E com os games, isso não poderia ter sido diferente, e sendo eles essencialmente programas de computador, modificá-los não é tão difícil para quem sabe alguma linguagem de programação. Surgiu, assim, o ROMhacking.
Mas o que é ROMhacking?
Traduções, como essa de Chrono Trigger, são a forma mais comum de ROMhacking
- Tradução: jogos que nunca saíram do Japão ou, o que é mais comum, nunca ganharam uma versão em português, ganham um novo idioma. Isso acontece com mais frequência em RPGs, com o intuito de facilitar a vida dos jogadores que não sabem inglês ou então para tornar jogáveis os JRPGs que não foram lançados no Ocidente.
- Retradução: geralmente é feita em jogos que foram traduzidos de forma oficial, mas o trabalho é considerado de baixa qualidade pelos fãs. Acontece muito nas traduções do japonês para o inglês, mas já há casos de retraduções brasileiras (um exemplo famoso é a de Phantasy Star, do Master System).
- Mods: é a modificação das características originais de um jogo, e pode ou alterar sua dificuldade (como os mods de Final Fantasy VI já citados aqui no blog pelo Azrael) ou introduzir novas fases e/ou personagens. Alguns mods alteram tanto o jogo original que acabam por criar um jogo totalmente novo (o caso mais famoso é o de Counter-Strike, que surgiu como um mod de Half-Life).
O ROMhacking é pirataria?
Oficialmente, sim. Modificar o código-fonte de um jogo fere a Lei de Direitos Autorais (no Brasil, é a lei 9610 de 19/02/1998), mesmo que isso seja feito sem fins lucrativos. Além disso, os hacks usam personagens cujos direitos pertencem às softhouses.
Então ninguém pode fazer ROMhacking?
Mônica na Terra dos Monstros, do Master System (esq.), um hack oficial de Wonder Boy in Monster Land (dir.)
Nem sempre o ROMhacking é um bom negócio...
1- Sonic 1 Megamix (Mega Drive e Sega CD)
2- Zelda's Birthday (N64)
3- Street Chaves (PC)
Mas o que é ROMhacking?
É toda e qualquer modificação feita num jogo. Existem, basicamente, três tipos de ROMhacking:
- Tradução: jogos que nunca saíram do Japão ou, o que é mais comum, nunca ganharam uma versão em português, ganham um novo idioma. Isso acontece com mais frequência em RPGs, com o intuito de facilitar a vida dos jogadores que não sabem inglês ou então para tornar jogáveis os JRPGs que não foram lançados no Ocidente.
- Retradução: geralmente é feita em jogos que foram traduzidos de forma oficial, mas o trabalho é considerado de baixa qualidade pelos fãs. Acontece muito nas traduções do japonês para o inglês, mas já há casos de retraduções brasileiras (um exemplo famoso é a de Phantasy Star, do Master System).
- Mods: é a modificação das características originais de um jogo, e pode ou alterar sua dificuldade (como os mods de Final Fantasy VI já citados aqui no blog pelo Azrael) ou introduzir novas fases e/ou personagens. Alguns mods alteram tanto o jogo original que acabam por criar um jogo totalmente novo (o caso mais famoso é o de Counter-Strike, que surgiu como um mod de Half-Life).
O ROMhacking é pirataria?
Oficialmente, sim. Modificar o código-fonte de um jogo fere a Lei de Direitos Autorais (no Brasil, é a lei 9610 de 19/02/1998), mesmo que isso seja feito sem fins lucrativos. Além disso, os hacks usam personagens cujos direitos pertencem às softhouses.
Então ninguém pode fazer ROMhacking?
Mônica na Terra dos Monstros, do Master System (esq.), um hack oficial de Wonder Boy in Monster Land (dir.)
Não necessariamente. Pela lei, se o detentor dos direitos autorais autorizar a modificação, sem problemas. Aliás, isso já foi feito, tanto no Brasil quanto nos EUA: a Nintendo achou que a versão japonesa de Super Mario 2 não agradaria o mercado americano, e decidiu lançar nos states uma versão do game Doki Doki Panic com a turma do Mario no lugar dos personagens originais. No Brasil, a Tec Toy usou o ROMhacking para criar games com personagens brasileiros, como a série de games da Turma da Mônica (todos eram hacks da série Wonder Boy) e o game do Geraldinho, personagem criado pelo saudoso cartunista Glauco (era um hack de Teddy Boy). Até mesmo o Chapolim Colorado ganhou um game com essa técnica (um hack de Ghost House, do Mega Drive).
E os hacks não-oficiais? São bons?
Assim como nos games "originais", nem todos. Existem traduções que acabam dando problema: a de Terranigma, além de incompleta, buga todos os outros diálogos, e exite uma tradução de Zelda Link to the Past que trava uma estátua na última dungeon e torna impossível terminar o jogo. No mundo dos mods, exite um Sonic para SNES (!!!), que na verdade é um hack do game Speedy Gonzales, totalmente descaracterizado: Sonic ataca os inimigos com socos, não vira "bolinha" e tem que salvar vários Marios de jaulas. Porém, existem alguns que merecem sua atenção. Segue abaixo três exemplos de hacks bem feitos e divertidos:
Uma modificação do jogo original que adiciona elementos e personagens de outros jogos. Além de Sonic, Tails e Knuckles (esses dois últimos, só na versão de Sega CD), aqui podemos jogar com Shadow the Hedgehog (de Sonic Adventure 2) e com Mighty the Armadillo (de Knuckles Chaotix), cada um com habilidades próprias: Mighty tem uma espécie de inventário que permite guardar itens como escudos e botas de velocidade, enquanto Sonic e Shadow podem usar o Homing Attack (apertanto pulo no ar, eles voam pra cima do inimigo mais próximo). Além disso, os escudos famosos do game Sonic 3 (trovão, fogo, etc.) estão presentes, mas há monitores com o rosto do Eggman que causam dano. O jogo é uma ótimas pedida para aqueles que, como eu, ficaram com água na boca de ver o novo Sonic 4 mas não tem um Xbox 360 ou um PS3.
Um hack criado para comemorar os dez anos de Ocarina of Time (daí o nome), ele foi feito quando descobriu-se uma ROM debug de Master Quest (a versão "hard" de Ocarina que vinha com Wind Waker). Aqui, Link precisa ajudar Saria a recuperar o presente de aniversário da princesa Zelda, que foi roubado. Se você acha que Master Quest era difícil, Zelda's Birthday vai te mostrar que ele era bem facinho! Imagine passar por uma floresta infestada de aranhas gigantes, plantas carnívoras, bichos que cospem nozes e até mesmo um lobisomem... DESARMADO!!!!!!! E isso só pra pegar a espada! Eu ainda não zerei, mas digo a vocês que jamais joguei um Zelda tão complicado quanto esse!
Quem nunca assistiu Chaves pelomenos uma vez na vida? Hoje a gente pode até achar bobeira de tanto que foi repetido esse programa, mas quando você era criança e ele era novidade, aposto que você ria, e muito. Agora, o tal de CyberGamba que fez esse hack teve uma ideia de gênio! Uma das vantagens é que ele roda direto, sem emuladores. As músicas foram tiradas de um vinil lançado anos atrás com músicas inspiradas no seriado, e os cenários são os mesmos que estamos acostumados: casa do Seu Madruga, Pátio da Vila, etc. Embora alguns não o considerem um hack, ele usa como base lutadores de games famosos (ver o Prof. Girafales dando um "Tiger Robocop" não tem preço!), para gerar um dos mais engraçados games de luta já feitos.
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Bem, essa foi a minha contribuição ao Games em Foco. Se você conhece algum hack que seja legal ou que mereça ser esquecido, use os "Comentários" abaixo e dê sua opinião!
Nota: Agradeço ao portal PO.B.R.E., ao site da Revista Game Sênior e ao Douglas, dono da comunidade oficial do Project64 no Orkut pelas informações e suporte recebidos para essa matéria.
Plataforma:
Games em Foco
18 comments:
Eu jogo RomHacks '_____', de Super Mario World, o Mario Hacks, inclusive parceiro aqui do site tem as melhores hacks de Super Mario World.
Ah, e se Zelda é difícil, sinta isso:
http://mariohacks.blogspot.com/search/label/Kaizo
(e já zerei pelo menos metade dessas hacks, que diga-se de passagem, são impossíveis sem save state)
Me lembro de ter alugado essa fita do Sonic 4 pra Super Nintendo antes de ter jogado o jogo do Ligeirinho (Los Gatos Bandidos)!
Era muito engraçado ver o Sonic salvando o Mario e ouvir o grito "Mario, Mario". O mais bizarro eram os chefões que eram todos gatos como o jogo original deixa claro.
E pra fechar com chave de ouro, no final do jogo havia um texto falando que as empresas Sega e Nintendo passaram a ser amigas ao invés de rivais. "Sega loves Nintendo. Nintendo loves Sega" ou algo do tipo.
Quanto às traduções eu não curto muito pois as vezes deixam a desejar (é muito comum ver a palavra "actualy" traduzida como "atualmente"), mas são a única opção no caso de jogos que nunca saíram do Japão. Claro, qualquer um pode entrar num curso de japonês hoje em dia, mas acho que é muito investimento pra poder jogar.
Já no caso das adaptações da Tec Toy, de fato eu curtia mais a versão com a Mônica do que o Wonder Boy original, mas os demais jogos não me agradavam muito, principalmente o do Chapolin que já era um saco na versão original.
rapaz, quanta informação. parabéns pela pesquisa
eu tinha o original do speed gonzales e em certa ocasião comprei o sonic do SNES! O problema maior foi que a imagem que estava na contracapa não era do jogo, era de um jogo do sonic propriamente dito. Imagina o trabalho para trocar!
nos PC's os mods são bem mais comuns e imagino que sejam mais fáceis de executar. acho que eu tinha "mônica no castelo do dragão" para master system. na época nunca imaginei que fosse uma "cópia" barata de um outro jogo...
Tem uma hack de Super Mario World que eu gostei, chamada Super Mario World: The Legend Continues (tem um demo no meio do nome, sei lá como se escreve):
http://www.mediafire.com/?9c703rfc7aayb85
E o Street Chaves não é uma hack, é um jogo programado em Delphi (eu acho). Mas é muito dahora.
Gostei do post, vou procurar estas hacks.
Cara, a muitos anos atrás(por volta de 1998) eu participava de um site de tradução de ROMS chamado CBT, cheguei a traduzir classicos como Super MArio RPG e Secret of Mana
Eu só joguei o começo de Terranigma, mas verdade seja dita: o que está em português incomoda. Não que eu seja moralista, mas só a quantidade palavrões fez meus olhos arderem. Outra que é horrosa é a tradução de EVO - Search for Eden, um joguinho simples, mas divertido, que conseguiu ficar horrivel graças a tradução. Ainda quero aprender a fuçar em código hexadecimal pra melhorar esse tipo de coisa...
Esse post me lembrou o dia que a minha mãe apareceu em casa com uma nova fita do Mario pra NES (eu tinha um Dynavision 3, que por si só era um hack de NES, hahaha), chamada "Super Mario 6" (???), em cuja capa ele aparecia mordendo uma cenoura (???!!). Um vídeo explica melhor: http://www.youtube.com/watch?v=mhNfqEZGdiw (a única diferença do meu é que no meu cartucho não aparecia o "Super Mario 6" na tela inicial, só o "Push start"). Eu achava meio esquisito o Mario virar o Plucky Ducky, mas como o jogo é muito divertido, minha mente infantil não foi adiante no questionamento. Só há alguns anos, quando baixei um emulador de NES e um caminhão de ROMs é que eu fui descobrir que o jogo era um hack. Mas ele continuou tão bom quanto, mas com um pouco mais de sentido. :D
Desde que passei a usar emuladores que conheço os hacks(mais tempo ainda se contar os jogos da Turma da Mônica e do Sonic pra Snes)... embora 99% deles não sejam aproveitáveis, há alguns muito bons, como o Tristan mostrou. Eu costumo jogar, principalmente as traduções não-oficiais de jogos japoneses(falei um pouco sobre isso em alguns dos meus posts, como "Os Jogos que o Tempo (quase) Esqueceu" e Final Fantasy V); engraçado que eu passei a detestar as traduções em Português depois que melhorei meu Inglês(aliás, vale destacar aqui uma coisa: eu aprendi Inglês justamente jogando videogame!!!).
Entretanto, a questão da pirataria tá cada dia mais complicada; pra muitos, os hacks, aliás os próprios emuladores em si, não passam de pirataria, enquanto para outros é uma das poucas chances de se aproveitar os jogos do passado. No nível que estamos atualmente qualquer um pode fazer um CD ou DVD de backup de um jogo que possua; caso venha a perder o original, o Backup já é considerado pirata Em tempo: eu NÃO estou defendendo a pirataria(lembrando que o próprio Museum já teve problemas com a questão das roms, uma vez que fomos proibidos de colocar links para as roms dos games), só mostrando que a questão é mais complicada do que muitos xiitas apontam. Enfim, isso é tão complicado que merece um tópico próprio que eu irei fazer.
Ah sim, o Street Chaves pode não ser um "hack direto" de nenhum jogo, mas os personagens são edits de personagens de outros jogos de luta; o próprio Chaves, por exemplo, é um edit do Terry Bogard(de King of Fighters e Fatal Fury), e ele inclusive comemora as vitórias do mesmo jeito(jogando o boné). E o Street Chaves também já recebeu mods com mais personagens.
À Patrícia Loupee, veja sobre o EVO Search for Eden :)
http://www.romhacking.trd.br/index.php?topic=7701
Ao sonictales, você é o Samurai Pizza?
Bom não sei se alguem ja viu ma esses dias navegando na net vi um super mario galaxy 64 pro proprio 64 ...o jogo nda mais é que o super mario 64 com um plano de fundo diferente como se vc estivesse no espaço mesmo
Bom faltou mencionar o MUGEN, que não é exatamente um hack específico, mas trabalha com personagens e cenários ripados de vários jogos. Sem contar que muita gente edita sprites dos personagens para se parecerem com outros.
"Ao sonictales, você é o Samurai Pizza?"
Um dia já fui... no tempo que usava programas de DOS pra traduzir
Muito bom o tópico!! Acho que, legal ou não, muita gente ja deve ter posto as mãos em um jogo modificado mesmo que sem querer XD
E traduções para o português, quando bem feitas, são extremamente bem vindas!
Esse Zelda deve ser show de bola.. hehe
Um abraço e belo post
alguém aí tem um link do street chaves???
Tô loco pra jogar
Parabéns prá vocês!
Não só pela matéria, mas pelo ótimo site!!
Abraços!
esse street chaves é show! onde baixo ele?
A do sonic de snes e a da mônica eu achava que era de verdade.
Sonic megamix é muito legal mesmo.
Street Chaves fooi bem criativo.
Eu tenho até hoje a nova versão do street chaves com mais personagens.
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