Castlevania: Symphony of the Night (PSX)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012 Postado por Tristan.ccm



Gênero: Ação / Plataforma


Fabricante: Konami


Lançamento: 1997


Jogadores: 1 Player




"Em time que está ganhando não se mexe". Aposto que você já ouviu isso um monte de vezes, afinal todo mundo acredita que algo que já é bom por si só nunca deve mudar. Se os jogos de Castlevania sempre fizeram sucesso com jogos de plataforma lineares, com fases seguindo-se uma após a outra e com um chefe no final, então o primeiro jogo da série no Playstation tinha que ser assim, certo? Bem, por sorte a galera da Konami não achava isso.

O jogo era uma sequência direta de Rondo of Blood, o grande sucesso do PC Engine. Inclusive, o prólogo era justamente a mítica batalha final entre o herói Richter Belmont e Drácula, inclusive com a mesma jogabilidade. Após a derrota do conde das trevas, Richter desaparece. Quatro anos depois, o castelo de Drácula ressurge misteriosamente, mas com o sumiço do herói não há Belmonts para investigar, e por esse motivo Alucard decide encerrar seu retiro de 300 anos (iniciado após os eventos de Dracula's Curse, do NES). Assim, Alucard parte para deter seu pai novamente.

O início do jogo, com a já citada batalha entre Richter e Drácula, dá a falsa impressão de que o jogo será tal e qual seus antecessores, mas é só o meio-vampiro literalmente aterrissar no castelo e tudo muda drasticamente. Em primeiro lugar, nada de "pulo Belmont", aqui o personagem tem uma movimentação perfeita, onde Alucard responde aos comandos com uma precisão incrível. Outra novidade é o inventário, acessado pelo botão Start e que permite trocar armamentos, armaduras, acessórios e utilizar itens. Esse inventário, aliado ao sistema de níveis, dá um quê de RPG ao jogo. O botão Select abre um mapa de lugares já visitados, assim como em outro grande sucesso, Super Metroid, que também deu ao jogo o sistema de "explore-tudo-que-puder". Essa mistura toda gerou o estilo "Metroidivânia", que muita gente critica, e que acaba fazendo gamers mais puritanos perderem esse jogaço por puro preconceito.

As músicas do jogo são um capítulo à parte: tirando a dos créditos (Michiru Yamane deve ser fã da Celine Dion, só pode!), simplesmente TODAS as músicas do jogo são incríveis. Desafio qualquer um a entrar pela primeira vez no Alchemy Laboratory e não se arrepiar com a belíssima Dance of Gold! E não é só nas músicas que Symphony dá show, pois a Konami aproveitou bem o CD e nos deu diálogos falados, onde você não só lê o que os personagens falam, mas também os escuta falando com vozes bem escolhidas, cada personagem tem uma voz que combina com suas características (a voz de Alucard é misteriosa, enquanto a de Drácula parece vir do próprio inferno!). A parte gráfica não fica atrás, o castelo de Drácula está lindo e os inimigos são muito bem desenhados. Nada foi censurado, nem mesmo a pose sensual da mulher na cauda do inimigo Diplocephalus (viu que legal, Nintendo?).

Nem mesmo um jogo perfeito deixa de ter defeitos. Pra mim, a grande falha do jogo é no sistema de compra e venda de itens, na loja da biblioteca: Alucard pode coletar os mais variados itens derrotando inimigos ou destruindo candelabros, vasos e outros objetos, mas só pode vender alguns tipos de pedras preciosas. Quem joga RPG sabe que uma maneira de fazer dinheiro é pegar aquelas armas ruins e armaduras que não protegem nada e vender na lojinha mais próxima, mas aqui esses equipamentos que só servem pra fazer peso ficarão fazendo figura no seu inventário pelo resto do jogo. Considerando que o Old Librarian não é um cara que pode ser chamado de "vendedor barateiro" (pelo contrário, ele enfia a faca!), não seria nada mal poder vender os equipamentos pra ele, não acham? Ainda bem que nos "metroidivânias" mais recentes, como Aria of Sorrow (GBA), isso foi corrigido.

Por falar nisso, ter mudado radicalmente a jogabilidade da série foi uma faca de dois gumes para Symphony of the Night, pois os fãs mais puristas xingam o jogo como se a palavra Metroidivânia fosse o pior dos palavrões. No entanto, como esse jogo surgiu junto com o boom do PSX ele é o grande responsável pela popularização da série no Ocidente, sendo a porta de entrada para muitos jogadores na série. O que nem os que criticam o jogo podem negar é a sua grandiosidade, capaz de fazer você realmente se sentir um meio-vampiro renegado tentando deter o próprio pai maligno. Por isso, vale e muito a pena você jogar esse game, seja na versão original do PSX, na versão baixável pela Live e PSN ou mesmo a destravável do Dracula X Chronicles de PSP, pois arrisco dizer que Symphony of the Night é um dos melhores jogos que já foram feitos. Se você é daqueles que torcem o nariz só por causa da jogabilidade não ser igual a dos clássicos de 8 e 16 bits, deixe o preconceito de lado e jogue esse game. Garanto que você vai se apaixonar tanto quanto eu!


NOTA FINAL: 10,0
NA MINHA GALERIA DE "MELHORES JOGOS DA HISTÓRIA", FINALMENTE SURGIU ALGO QUE ABALOU A SOBERANIA DE OCARINA OF TIME. CONTROLAR ALUCARD MARCA O CORAÇÃO DE QUALQUER GAMER!
Plataforma:


8 comments:

Juninho! disse...

Me sinto honrado de ser o primeiro a comentar, cara, esse jogo é genial, e simplesmente a melhor coisa já feita pro nome CASTLEVANIA.

Porém, tem dois defeitos nesse jogo, a versão de PS1 não é permitido jogar com Maria Renard, o que é uma pena, já que é uma opção a menos e a segunda é o sistema de experiência, afinal de contas, os inimigos não tem experiência fixa, e depois de certo tempo passar a dar somente 1, o que impede dos jogadores mais hardcore de chegarem ao level 99 sem no mínimo alguns BONS MESES de paciência, mas com excessão disso, é um jogo genial.

E concordo sobre a trilha sonora, é brilhante, perfeita e totalmente fiél ao clima que o jogo transmite.

E até mesmo fiz postagem a respeito...

http://lugardenerd.blogspot.com/2011/10/castlevania-symphony-of-night.html

Mas enfim, excelente postagem meu velho, vou indicar agora no twitter feito doido :D

Naton Joly Botogoske disse...

Não entendo a perseguição com a música de encerramento... ela fecha o jogo muito artisticamente, tratando da dor de Alucard em ser um monstro... um não humano.
A música combina demais com ele, e fecha com chave de ouro.

Leandro"ODST Belmont Kingsglaive" Alves the devil summoner disse...

acontece Ghayl que "I AM THE WIND" é uma excelente musica...quando se ouve uma vez ou duas, na terceira em diante perde a graça. e eu acabei de zerar a versão japonesa do game. é ainda maior(um pouco) que a versão do PS1 e com novo itens e armas. mas sem Robert Belgardo dublando Alucard...fica chato. embora o cara tenha feito a voz do Itachi do anime Naruto.

muito bom esse post, mas você poderia ter falado mais. e a trilha musical é sublime, as minhas favoritas são Lost Painting que eu considero a musica mais linda que já ouvi num game e Reverse Collsseum que parece trilha de filme de terror mesmo. e Alucard não é tão sentimental quanto seu pai, já que engravidou a Maria e a abandonou....gerando Eric Lecarde, de Castlevania Bloodlines do Mega.

Anônimo disse...

Sou muito fã desse jogo, é um dos que mais gostei de todos os tempos. A única coisa que me incomoda nele é a falta de expressão do cara que dublou o Richter, tirando isso o jogo é perfeito em todos os sentidos. Sinceramente o sistema de compra/venda não me incomoda muito.
E vou contra a maré dos fãs puristas: sou muito mais o Symphony of the Night do que qualquer outro jogo Castlevania lançado! Não é a toa que eu consigo jogar esse jogo novamente inúmeras vezes e os demais eu não consigo jogar por muito tempo.
Parabéns pelo post, ficou muito bom.

Andreh WakaGhost disse...

Parabens Tristan pelo post, quando Symphony of night saiu lembro q tinha uns 8 anos de idade, esse jogo marcou mto minha infância, demorei pra concluir o jogo mas depois o Replay do jogo não desgastou, acredito q o conceito sobre a trilha do o jogo é reciproco, não me recordo o nome mas a versão lenta da música do marble gallery é minha favorita.

Azrael_I disse...

É, e Tristan me trumbicou de novo(tava planejando a resenha do Symphony,heheheh). Pode deixar, minha vingança sará maligrina!

Quanto à análise, achei muito boa, mas faltou ressaltar a questão das diferenças da versão lançada para a versão japonesa do Saturn(como a presença de Maria como personagem jogável), além do fato de a versão de Playstation ser bem incompleta(há entradas, itens e outras coisas no jogo que evidenciam isso, como dois familiares que podem ser acessados através de Game Shark, passagens para partes das fases que não estão lá etc.). E você tb não falou de alguns detalhes que fazem os jogadores realmente gostarem de Symphony, como a exploração atrás de segredos(e itens secretos), os dois castelos e a luta contra a Succubus(sinceramente, a melhor parte desse jogo).

Quanto à questão de I am The Wind, o que faz os fãs de Symphony em sua maioria detestarem a música é porque ela destoa muito do clima de terror do jogo(principalmente do terror pessoal; embora a letra fale da solidão de Alucard, a melodia é muito açucarada. Um tema mais gótico encaixaria melhor). Verdade seja dita: se Symphony tivesse sido lançado nos dias de hoje, era capaz até de acharem que o "tom" de I am The Wind era referência a uma certa porcaria atual do cinema e literatura...

Leandro, o relacionamento entre Alucard e Maria é considerado não-oficial(embora a paixão de Maria por ele seja oficial). Segundo a cronologia da série, Eric Lecard não é descendente dos dois. Na verdade, o Alucard teria engravidado a Sonia Belmont, mas isso foi apagado da cronologia.

Quanto à dublagem, a dublagem japonesa dá surra de p$%@ mole na ocidental. Embora as vozes ocidentais de Alucard e Dracula ainda passem, a voz do Richter tá muito mecanizada, e a da Maria realmente não combina com a voz de uma garota de 17 anos(idade dela no game).

Enfim, como disse na Evolução dos Games, Symphony foi o maior divisor de águas da série, o que deixa mais do que óbvia sua importância. Porém, é também o game mais fácil de todos os Castlevanias...

Anônimo disse...

É sem dúvida o jogo mais clássico do PSX, tudo nele é bom, não há nada a destacar nele em que possa colocar uma nota baixa, talvez seja por isso a grande dificuldade de muitos críticos receberem praticamente todos os títulos posteriores (Aria of Sorrow, Lamento of Inocence e Order of Ecclesia também são excelentes.).

Mas, correção de uns posts acima. Eric Lecarde não é filho de Alucard e de Maria, eles nunca tiveram um filho na verdade, não que isso tenha sido constatado em nenhum jogo, a cronologia oficial foi escrita justamente para esclarecer algumas coisas, a "Alucard Spear" do Eric é apenas um erro de tradução para a versão européia.

Logan disse...

Jogaço! Mas a versão Saturno japonesa é mais completa.
Abraço!

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