Castlevania III - Dracula's Curse (Nes)

sábado, 17 de abril de 2010 Postado por Azrael_I

Gênero: Plataforma



Fabricante: Konami



Lançamento: 1989



Jogadores: 1




"I'm glad to hear that"

E finalmente, um dos jogos mais importantes da franquia Castlevania! Digo isso porque este foi o jogo que serviu de inspiração para quase todos os grandes sucessos da série. O próprio Koji Igarashi (que foi durante muito tempo o produtor dos jogos da série) declarou que este era seu jogo favorito da franquia, além de fonte de inspiração.

Europa, século 15. Drácula reina soberano em seu reinado de terror e mal, comandando monstros por todo o continente e aterrorizando as pessoas. Muitos tentaram enfrentá-lo, mas ninguém sobrevivera; os únicos que tinham alguma chance de detê-lo eram os membros da lendária família de caçadores de vampiros, os Belmonts. Entretanto, a própria população havia exilado os Belmonts, por medo dos poderes dos membros do clã; mesmo assim, ao perceberem o erro, a Igreja convoca de novo os Belmonts e um membro da família chamado Trevor (Ralph, na versão japonesa) parte sozinho para o castelo de Drácula, para dar início ao destino de sua família: combater o Mal e salvar a humanidade! No decorrer de sua jornada nos domínios do vampiro, Trevor vai encontrar mais três companheiros para auxiliá-lo em sua luta: Sypha Belnades, que é uma feiticeira poderosa que havia sido transformada em pedra, Grant Dynasty, um ladrão (pirata, na versão ocidental) que foi transformado num monstro e Alucard, o filho rebelde de Drácula; os três tentaram enfrentar Drácula sozinhos em épocas diferentes e falharam, mas agora com a ajuda de Trevor finalmente poderão encerrar de vez o reino de terror do vampirão. Cronologicamente, a aventura de Trevor se passa muitos anos antes de Simon e Christopher Belmont; na cronologia oficial da série, Trevor seria o primeiro de sua família a realmente combater Drácula (e derrotá-lo).

Depois do fiasco de Castlevania II - Simon's Quest, os produtores viram que era melhor manter o padrão do primeiro jogo na jogabilidade; de volta ao velho estilo tradicional de plataforma, em vez de arcade de exploração semi-RPG, mas com algumas bifurcações nas fases, Castlevania III (Akumajou Densetsu, no Japão) se saiu bem melhor do que o jogo anterior no quesito diversão. O estilo deste jogo lembra bastante o primeiro Castlevania (a primeira fase inclusive tem gráficos bastante parecidos com a terceira fase do primeiro game), a diferença fundamental é que as fases não têm uma única sequência fixa; o jogador começa jogando com Trevor, cada fase tem pelo menos uma bifurcação, e dependendo da sequência que escolher, irá encontrar um ou outro aliado para ajudá-lo em sua jornada; pela primeira vez na série é possível jogar com outro personagem que não seja um Belmont, e logo três de uma vez! A única limitação é que só é possível ter um aliado (por exemplo, se salvar Grant e, em seguida, salvar Alucard, o jogador terá que escolher apenas um dos dois para continuar acompanhando-o). Isto é claro aumenta muito o replay, ao contrário do jogo anterior que era muito repetitivo e enjoativo nas fases, uma vez que o jogador irá querer jogar mais vezes para passar por outras fases, encontrar outros aliados e enfrentar mais inimigos diferentes. O esquema das armas do primeiro jogo também está de volta, não é preciso mais comprar as armas em lojas; é verdade que, para Trevor, temos apenas o chicote Vampire Killer e as armas sagradas do primeiro jogo (cruz, faca, machado, água benta e cronômetro), mas temos ainda as armas e habilidades únicas dos demais personagens: Grant pode andar pelas paredes e pelo teto livremente, além de usar facas de arremesso como sua arma básica e poder mudar a direção de seu salto (primeiro personagem de Castlevania a poder fazer isto), Sypha conta com alguns poderes mágicos apelões e um bastão semi-inútil, e Alucard pode arremessar bolas de fogo (iguais às do Drácula), além de se transformar em morcego para voar e alcançar lugares difíceis.

A qualidade das músicas é a melhor dos três jogos de Nes; como neste jogo temos muito mais fases que no primeiro (no total, são 16 fases), todas as músicas dos dois jogos anteriores estão de volta, além de outras (vale ressaltar um detalhe: Castlevania II tinha bem mais fases, mas as músicas se repetiam na maioria, principalmente Bloody Tears, que era o tema das florestas). Mas a maior novidade sonora é em benefício de Sypha Belnades: Castlevania III não só foi o primeiro jogo a ter uma voz diferenciada para um personagem (Castlevania foi o primeiro jogo em que o personagem tinha voz), mas também foi o primeiro jogo do mundo a ter uma voz feminina! Já os efeitos sonoros não tiveram muita inovação em relação aos outros jogos da série, na versão americana.

Os gráficos estão bem interessantes; embora Trevor esteja com um visual idêntico ao de Simon de Castlevania (sem as cores e detalhes de Castlevania II), existem mais detalhes do que nos jogos anteriores; Castlevania III inclusive foi o primeiro da série a mostrar o rosto dos personagens dentro do jogo (o visual do Alucard, nesta época, era de macho). Os cenários estão mais coloridos e mais bem trabalhados, até o mapa entre fases está mais bem desenhado. Nos cenários de fundo há inclusive detalhes como relâmpagos e névoa.

Uma coisa interessante neste jogo é que ele demorou para ser lançado no Ocidente; após sua estréia no Japão, foi lançado um ano depois nos Estados Unidos e três anos depois na Europa (pouco antes do lançamento de Super Castlevania 4, já para o Snes). Além disso, as versões ocidentais acabaram sendo muito inferiores à original, principalmente na parte sonora; a versão japonesa (para o Famicon, versão japonesa do Nes) vinha com um chip (VRC6) microprocessador que dava seis canais de som ao jogo, capacitando-o a ter mais efeitos sonoros que qualquer jogo de Nes anterior a ele, além de poder dar mais efeitos aos sprites do game; o próprio programador de áudio do jogo, Hidenori Maezawa, auxiliou na criação do chip. Entretanto, este chip teve de ser retirado das versões ocidentais e o jogo inteiro reprogramado, uma vez que o Nes ocidental não suportava chips externos (pelo menos, foi essa a desculpa que deram...). Houveram ainda muitas outras diferenças entre as versões japonesa e ocidental:

* Na versão japonesa, o ataque principal de Grant não é um golpe de sua adaga, mas sim facas atiradas à distância.
* A fonte principal usada nos textos da versão japonesa é simples e padronizada - diferente do estilo gótico adotado na versão americana.
* Os seios da chefe Medusa são expostos normalmente na versão japonesa, enquanto nos EUA eles foram alterados para parecer um peitoral masculino. Do mesmo modo, algumas estátuas têm os seios cobertos na versão americana.
* Os Flea-men corcundas, na versão japonesa, são originalmente Gremilins saltitantes (ou seja, a versão ocidental foi o jogo que CRIOU os malditos Fleas).
* Vários inimigos possuem coloração ou design diferente, ou possuem ataques diferentes.
* Os cenários de várias fases possuem coloração diferente.
* A versão japonesa possuía gráficos ligeiramente melhores, com efeitos especiais mais avançados. Isso se deve à falta de outro chip que estava presente na versão japonesa mas não na americana, por ser fabricado pela própria Konami e não pela Nintendo.
* Nos EUA, o nome de Trevor foi adaptado. Até hoje no Japão ele é chamado de "Ralph Belmondo".
*Na versão americana, existem ainda alguns códigos escondidos, que devem ser postos na tela de colocar o nome; esses códigos permitem algumas apelações (como dez vidas no início do jogo) e uma segunda Quest, mais difícil (aliás, na minha opinião, esta é a única vantagem das versões ocidentais em relação à original: elas são mais difíceis) Este sistema também foi incorporado em versões posteriores (mesmo nas japonesas).

Amado por muitos (até hoje são cogitados remakes e uma versão em anime que nunca saiu do papel), quase desconhecido pela geração atual, Castlevania III foi, repito, um dos mais importantes jogos da série. Ele teve influência em praticamente todos os jogos da série Castlevania que o seguiram, como Rondo of Blood, Symphony, Super Castlevania 4, Harmony, Judgement, além de muitos outros jogos fora da franquia. Foi um jogo que inaugurou uma série de efeitos sonoros e gráficos que só iriam ser melhorados na geração de games posterior a ele. Castlevania III é também um dos jogos pelos quais os fãs mais pedem que seja feito um remake; a aproximação do lançamento de Castlevania Lords of Shadows, entretanto, tem dividido opiniões e deixado os fãs de Castlevania III preocupados quanto a isso (explicarei isso com mais detalhes no especial A Evolução dos Games), uma vez que poderão não haver mais remakes dos jogos clássicos, no máximo remades. Ah, pra quem prefere Sympony, jamais esqueçam: foi neste jogo que Alucard fez sua estreia, muito antes de virar emo.

Uma última curiosidade: o ano em que se passa a história, 1476, foi propositalmente escolhida por ser o ano em que, na vida real, Vlad Tepes retornou à sua terra Natal.


NOTA FINAL: 10 (8,9 pras versões ocidentais...)
NÃO HÁ NADA DE NEGATIVO QUE CONSEGUI ACHAR NESTE JOGO, TALVEZ O MAIS BEM FEITO DA SÉRIE, ENCERROU COM GLÓRIA A CARREIRA DE CASTLEVANIA NO NES, PREPARANDO O TERRENO PARA JOGOS CADA VEZ MELHORES NAS GERAÇÕES SEGUINTES.
Plataforma:


3 comments:

P.A. disse...

Esse jogo é muito foda! O melhor da série no NES...

Sabat disse...

Esse eu ainda não joguei!!

O 1 e o 2 eu joguei muito, mas era difícil na época achar o 3 pra alugar viu... pqp! Agora com emuladores e tal, quem sabe eu não arurmo pra detonar?? ahUHAU

Bela matéria!!

Anônimo disse...

Se dizer uma importante mudança na versão japonesa. A Sypha equipada com o poder das bolhas é quase imbatível. Chefes mais fracos como as múmias dá pra derrotar com 2 ou 3 golpes. Eu não troca a Sypha pelo grant na versão japonesa de jeito nenhum, só o alucard que continua um moloide em ambas as versões

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