Heretic (PC)

sábado, 12 de novembro de 2022 Postado por P.A.

 
Gênero: Tiro em primeira pessoa


Fabricante: Raven Software


Lançamento: 1994


Jogadores: 1 player





Quando Wolfenstein 3D e principalmente Doom, explodiram nos anos 90 era natural que muitos jogos derivados surgiriam pra aproveitar o hype. A maioria acabou sendo apenas meras cópias baratas, mas Heretic não. O jogo é sim muito inspirado em Doom, inclusive pega muitos conceitos como as fases que precisam de chaves pra abrir portas e até a similaridade na questão das armas serem equivalentes as armas de Doom; mas Heretic possui vida própria e não se limitou apenas em ser o primo pobre de Doom, ele ousou ser uma alternativa diferente para os jogadores que queriam uma experiência nova no gênero de tiro em primeira pessoa. Fabricado pela Raven e distribuído pela iD Software (desenvolvera de Wolf 3D e Doom), o jogo usava a mesma engine de Doom e não apenas isso, mas seu desenvolvimento contou com a contribuição de ninguém mais do que Johnn Carmack e John Romero, criadores de Doom! 
 
Assim como Doom, Heretic  também mostrava um mapa entre as fases!

Deixando de lado a temática espacial do marine que usa armas mundanas para acabar com hordas de demônios, em Heretic a temática é medieval com nosso herói elfo usando armas mágicas para derrotar as criaturas dos mais variados tipos.
Infelizmente o jogo não explica inicialmente qual a história do mesmo. O jogador simplesmente é jogado na primeira fase sem nenhuma explicação. A história só está presente no manual e vai sendo contada em textos após a conclusão de cada capítulo.
Havia uma raça de elfos anciões chamada Sidhe, eles detinham o controle dos Tomos do Poder (livros com capa preta que também são itens usáveis no jogo). Os livros continham a profecia do Armagedom: "Os três vêm das selvas orientais e eles terão domínio sobre todos os que neles crerem. Aquele que tem ouvidos, ouça que os filhos dos Sidhe serão levados diante deles e no dia em que os filhos dos Sidhe não existirem mais, a Terra será perdida para sempre no Abismo."
Eis que o dia da profecia finalmente chegou e os três Cavaleiros conhecidos como os Serpent Riders chegaram, eram eles: D'Sparil, Korax  e Eidolon. 
Eles usaram magias poderosas para dominar os Sete Reinos de Parthoris (mundo de Heretic) corrompendo seus reis e dominando seus exércitos
. Porém os elfos, seres poderosos e imunes ao feitiço dos cavaleiros e sabendo da profecia, não sucumbiram aos cavaleiros e por isso foram considerados Hereges (daí o nome do jogo caso você não tenha notado). 
Depois de controlar as grandes nações, dois dos Cavaleiros deixaram esse mundo. Apenas D'Sparil, o mais fraco deles, permaneceu em Parthoris enquanto seus outros dois irmãos foram em busca de dominar outros mundos.
Uma guerra entre os reinados e os elfos aconteceu e os poucos elfos que sobraram tiveram que fugir e se esconder. Exceto um elfo corajoso, o personagem que nós controlamos. Sozinho ele parte em busca de vingança contra D'Sparil e seu exército de criaturas bizarras jurando que vai derrotar o Serpent Rider e vingar seu povo.

Como outros jogos da época, Heretic inicialmente foi lançado como uma versão shareware: o jogador tinha acesso ao primeiro capítulo inteiro. Caso gostasse do jogo, deveria fazer um registro e comprar a cópia completa do jogo que viria por correio contendo os outros dois capítulos. Anos depois foi lançado uma versão em mídia física vendida em lojas de varejo intitulada de Heretic: Shadow of the Serpent Riders, que continha dois capítulos extras, novos mapas multiplayer e três novas armas.

Como dito anteriormente, Heretic é uma aventura de magias e monstros num mundo medieval. Então o arsenal de armas do nosso personagem será bem variado contendo oito armas, sendo as duas primeiras as únicas que não precisam de munição:  
Staff - um bastão de madeira (o mais inútil);
Gauntlets - luvas que dão choque nos inimigos;
Elvenwad - a arma básica de magia,é similar a pistola em Doom. Um cajado que dispara tiros fracos;
Crossbow - uma besta com tiro e poder similar a shotgun, e provavelmente a arma mais "confiável" e que você usará por mais tempo;
Dragon's Claw - uma luva mágica similar a uma metralhadora leve, não causa muito dano mas é ideal pra metralhar vários inimigos num corredor;
Hellstaff - arma mágica similar a arma de plasma de Doom, causa mais dano e atira mais rápido que a Dragon's Claw. É a segunda arma mais usável do jogo;
Phoenix Rod - um cajado dispara bolas explosivas e poderosas, similar a uma bazuca. Mas seus tiros podem causar dano no próprio jogador se o inimigo atingido estiver próximo;
Firemace - apesar da aparência de  maça de ferro, não é de combate corpo-a-corpo. Lança pequenas bolas na direção dos inimigos. 
 
Heretic usou a mesma engine de Doom, portanto é natural que ele se assemelhe graficamente. Porém em Heretic o jogo é um pouco mais colorido - exceto algumas partes que são escuras propositalmente pra que você use a tocha, só pra lembrar que ela está lá no seu inventário. Os inimigos são grandes  e detalhados, mas quando você se aproxima bastante, eles ficam bem serrilhados; o que poderia não ser um problema pra época mas que não envelheceu bem. O legal é que cada inimigo tem um pequena animação de morte; os Golems por exemplo, explodem e sai um pequeno fantasminha do corpo. 

A trilha sonora é boa e dita o ritmo de ação do jogo, apesar de tão ser tão memorável como as músicas de Doom. Os efeitos sonoros das armas são razoáveis, eu particularmente não gosto do som dos tiros da Dragon's Claw; os demais são aceitáveis. O destaque mesmo fica pros efeitos sonoros dos inimigos e pros sons que ficam ecoando pelos cenários, com barulhos e grunhidos que criam uma atmosfera sombria dando um ar de tensão o tempo todo.

Em Heretic podemos coletar munição e diversos itens pelo cenário; alguns inimigos quando mortos também deixam munição pras suas armas. Assim como em Doom, o jogador precisa coletar chaves (amarela, verde e azul) para abrir as portas das respectivas cores. Existem inúmeras passagens secretas e botões pra serem acionados que vão abrir portas, o único problema é que quando você aperta um botão só ouve um barulho de engrenagem mas não sabe exatamente o que e onde abriu, por isso terá que voltar e explorar pra ver o que mudou no cenário.

Uma das coisas mais legais que Heretic trouxe foi um inventário, com itens que são coletados pelas fases e podem ser usados quando o jogador decidir; diferentemente de outros jogos que os itens eram usados automaticamente quando o jogador passava por cima. Entre os itens temos o Quartz Flask que recupera 25% da saúde do jogador, uma tocha pra iluminar lugares mais escuros, um anel de invencibilidade que deixa a tela toda dourada complicando bastante a visão do jogador, o já citado Tome of Power que potencializa todas suas armas dando a elas tiros especiais por alguns segundos; um ovo que transforma os inimigos em galinhas e muitos outros itens. Você pode coletar vários do mesmo item pelos cenários e deixar no seu inventário, mas estranhamente quando você passa de fase os itens que tem várias unidades são praticamente zerados deixando apenas uma única unidade. Portanto não economize durante as fases, pode gastar a vontade já que só vai levar um de cada quando passar pro próximo nível!
Todas as informações como a vida do personagem, a quantia de munição da arma em punho, o item selecionado e as chaves que você tem aparecem no HUB  na parte de baixo da tela. Diferentemente de Doom e Wolf 3D, o rosto do nosso personagem não está ali na barra; o jogo inclusive sequer cita o nome do personagem em momento algum, nem no manual. O que acaba deixando o herói sem carisma nenhum.

Os comandos de Heretic são simples, mas eu nunca entendi as teclas escolhidas pra selecionar os itens. As setas movem o personagem, o botão CTRL atira, o SHIFT corre, o ALT faz o personagem andar lateralmente (útil pra desviar dos projéteis inimigos), o TAB abre o mapa, o ENTER usa o item que estiver selecionado e a barra de espaço é o botão de ação que abre portas e ativa botões. Até aqui tudo ótimo, o problema ficou mesmo pros botões que servem pra escolher os itens no menu: as duas teclas ao lado do P no seu teclado, um vai pra esquerda e o outro pra direita na barra de itens que aparece na tela. São dois botões longe dos demais o que dificulta sua vida, principalmente se você estiver desesperado fugindo de inimigos e desviando dos tiros deles e precisar selecionar uma poção pra recuperar sua vida. E as configurações do jogo não permitem mudar os botões. Fica a dica, apertando o botão PAUSE do teclado  o jogo obviamente pausa, mas é possível escolher os itens enquanto a tela estiver pausada, então esse é o melhor jeito de escolher o item do inventário antes de voltar pro tiroteio frenético. Existe um segundo jeito também, segurando o SHIFT e apertando o ENTER ele não usa o item, mas vai mudando pro próximo item cada vez que apertar o ENTER.
 
Cada inimigo têm diferentes animações pras mortes!
 
Uma coisa que era destacada até pela capa do jogo era o fato que agora você poderia olhar pra cima e pra baixo, diferentemente de Doom. Porém isso não serve pra absolutamente nada no jogo, já que os tiros vão automaticamente na direção do inimigo, independentemente se ele estiver acima ou abaixo de você, desde que ele esteja na sua linha de tiro. E as teclas aqui também estão em posições bem ruins, o PAGE DOWN olha pra cima (pois é!), o DELETE olha pra baixo e o END centraliza a visão. Existe um item que faz nosso personagem voar por alguns segundos e os botões de voo também são ruins: PAGE UP sobe e o INSERT desce. A escolha das teclas foi muito infeliz por parte dos desenvolvedores.

Você pode escolher a dificuldade do jogo, mas no geral a IA é bem trabalhada e em alguns momentos se torna um pouco difícil. Os inimigos  atacam em bandos e sempre que podem tentam te cercar e muitas vezes eles conseguem, principalmente quando você não está esperando e abrem-se passagens secretas ao seu redor cheias de monstros! Tirando D'Sparril que é um pouquinho mais chato de matar, pois ele fica se teletransportando, as lutas com os chefes acabam não sendo tão difíceis, pois quando você vai enfrentá-los vai estar com um arsenal de armas e itens que acaba tornando o trabalho mais fácil do que durante a jornada até eles.

 

NOTA FINAL: 7,5 

HERETIC NÃO TINHA VERGONHA DE SER BASEADO EM DOOM EM VÁRIOS ASPECTOS, POIS MESMO COM AS SEMELHANÇAS ELE CONSEGUE SE DESTACAR, PRINCIPALMENTE COM A IDEIA DO INVENTÁRIO QUE SEM DÚVIDAS ENGRANDECE SUA GAMEPLAY!

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