The Dig (PC)

Gênero: Adventure / Point-and-Click
Fabricante: LucasArts
Lançamento: 1995
Jogadores: 1 player
A hoje extinta LucasArts brilhou por anos nos PCs com seus jogos de aventura estilo Point-and-Click: Maniac Mansion, Full Throttle e Sam & Max até hoje tem fãs ardorosos (que com certeza estão xingando a Disney até agora por ela ter fechado a LucasArts). A maioria deles ganhou o público graças a um senso de humor bacana e inteligente, afinal quem não se lembra dos famosos duelos de espada movidos a xingamentos de Monkey Island? Ou da hilária morte do hamster de Maniac Mansion? Pois bem, mas nem só de galhofa vivia a LucasArts, ela sabia produzir games sérios. E talvez The Dig tenha sido o mais sério de todos.

Aproveitando o fato de ainda terem algumas horas disponíveis após a missão estar cumprida, eles decidem fazer uma sondagem no asteroide para colher dados. Ao investigar um canion, eles encontram uma câmara geometricamente perfeita, aparentemente artificial, e ao investigá-la eles acidentalmente acionam um estranho dispositivo. É nesse momento que o asteroide revela ser, na verdade, uma nave espacial alienígena, que leva os três astronautas a seu planeta de origem. Investigando esse novo mundo, um acidente mata o Dr. Brink, que é revivido por um estranho cristal encontrado pelo comandante Low. E é em torno desses cristais, cujos efeitos demonstram serem nefastos à medida que o jogo se desenrola, que a trama segue, com você comandando Boston Low pelo planeta desconhecido e aparentemente hostil.
A jogabilidade era bem diferente dos point-and-click tradicionais, não há uma lista de verbos: para falar com alguém basta clicar na pessoa (ou usar uma espécie de tablet no inventário, se ela estiver longe), e para usar um objeto basta abrir o inventário e clicar nele, clicando depois no local. O problema é que isso não torna o jogo mais fácil, pelo contrário, os puzzles são bem complicados e alguns não são nada intuitivos (eu levei três dias pra montar aquela bendita tartaruga!). Abrir portas sempre requer um puzzle que envolve figuras geométricas, e ser um professor de matemática não me ajudou em nada neles.
Os NPCs desse jogo, embora raros, são de grande ajuda, desde que seu inglês esteja em dia. E acredite, você vai precisar de muita ajuda, pois é bem fácil se perder nesse planeta. Havia momentos em que eu esquadrinhava cada canto da tela em busca de um ponto clicável, sem saber pra onde ir ou o que fazer, e esse é com certeza um dos pontos fracos do jogo. Em matéria de som eu também acho que o jogo poderia ter sido melhor, pois a trilha sonora é imersiva demais, lembrando mais uma trilha de filme que de jogo. Isso não é ruim, mas as músicas de The Dig dificilmente estarão na playlist do seu MP3. No quesito gráficos, o jogo é bem bonito pra um game de PC de 1995, com uns efeitos 3D interessantes, e esse é um ponto forte do game.

Porém, mesmo esses defeitos não fazem com que The Dig deixe de ser um grande game. O enredo muito bem estruturado, aliado à acessoria de grandes nomes do cinema (George Lucas e Steven Spielberg, só pra começar) fazem com que esse jogo valha a pena. Se o protagonista do jogo não fosse imortal, e se o final não fosse tão "conto de fadas", talvez The Dig tivesse se tornado a maior experiência imersiva já vista em um game até então. Mas mesmo assim não deixa de ser um dos maiores games da já saudosa LucasArts.
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THE DIG, APESAR DOS PESARES, É UM GRANDE JOGO. MESMO QUEM NÃO CURTE SCI-FI VAI ADORAR SE PERDER NUM MUNDO ALIENÍGENA, ENQUANTO TENTA DESCOBRIR COMO VOLTAR PRA CASA.
Plataforma:
PC